Pro Blogs: Como Ultrapassar Perdas Colossais por Alec Torelli
Nesta edição do Pro Blog, Alec Torelli fala-nos como ultrapassar perdas colossais.
Esta edição é composta por duas parte sobre a recuperação de perdas e a alteração de perspectiva, mantendo uma posição positiva e felicidade geral. Funciona também como resposta a “Saxophone,” no TwoPlusTwo, que neste momento batalha para recuperar de uma perda massiva de $500,000 na sua banca.
Prefácio: Uma História Pessoal
Ao passar pelo Bellagio, vejo uma grande multidão a ladear um grupo histérico de pessoas. Parei para ver o motivo de tanta agitação. "O que está a passar?" perguntei a um homem amontoado na parte de trás.
“Kevin Garnett e Paul Pierce estão a jogar blackjack.” Eu abri caminho até à frente. O grupo explode e havia mãos levantadas no ar. No meio de tudo isto, um bêbedo quase que vira a sua cerveja na minha cabeça. Eles devem ter ganho um fortuna.
Quando consegui ver as suas mãos a primeira coisa que reparei não foi nas suas apostas mas no relógio do Kevin. Grande, com diamantes que brilhava mesmo com a luz fraca do casino. Os meus olhos seguiram o seu pulso até às mãos e até aos dedos. Não pode ser. Cerrei os olhos para ter a certeza mas as duas stacks bem organizadas de fichas vermelhas eram inconfundíveis. Eles estavam a apostas $10 por mão.
O Motivo: Estimulação
Mesmo quase não estando a jogar, a excitação criou um reboliço. Por outro lado, os jogadores de poker podem ganhar três zeros num abrir e fechar de olhos. Como é possível? Quando jogamos as nossas mentes desenvolvem uma tolerância à estimulação, pouco diferente que os alcoólicos que aguentam com 10 shots. O excessivo torna-se normal.
Aguentamos até um nível de oscilações até o dinheiro se tornar real, depois de ultrapassar o limiar, as emoções retornam.
Quando ganhamos sentimos alegria e euforia mas quando perdemos sentimos dor e pânico. As derrotas são sempre piores que as vitórias. Elas são tão prejudiciais ao nosso estado que me refiro ao ponto de inflexão como limiar da dor (limiar da dor --LD). As LDs variam dependendo da frequência de jogo. Para dois atletas que raramente arriscam dinheiro, uma pequena dose de volatilidade é emocionante.
O Problema: Compulsão
Se alguém escolher jogar, a LD é inevitável. Poderá ser impedida caso se implemente um controlo de perdas antes de chegar a um ponto crítico ou após ter tido uma maré de perdas. No entanto, apesar destes conselhos serem bons na teoria, na prática nem sempre funcionam.
Primeiro temos de as quebrar para sabermos onde elas estão e normalmente um grande jogo com prémios lucrativos é, muitas vezes, irresistível mesmo para o jogador mais conservador. Vamos ser sinceros, nós gostamos de jogar. O grande problema é como é que recuperamos quando o inevitável acontece?
A Solução Física: Tomar uma Atitude
A vida de um jogador de poker faz com que a sensibilidade em relação ao dinheiro seja muito baixa. Pessoalmente, considero uma batalha pois não sou rico o suficiente que justifique este pensamento tão indiferente. A maior mão que perdi foi de $475,000. A maior redução que tive foi de $1,000,000. Depois destas perdas, tive sensações de perda, desespero e vazio, semelhante a uma dor de um terminar agridoce de um namoro. Na minha experiência, a melhor forma de lidar é compartimentalizar as duas realidades: poker e a vida.
I know that my LD is the most I can lose without losing perspective. Vencer é exatamente o contráWin cap (WC), is the opposite. When either of these lines are crossed, I take a day off to do something explorative, creative, and new. Something as simple as trying a different restaurant, walking through a unseen part of town, or exercising can make the difference between a successful reset or a stressful morning.
Eu sei que o LD é o máximo que eu posso perder sem perder a perspectiva. O Limiar da Vitória (LV) é exatamente o oposto. Quando uma dessas linhas são cruzadas, eu tiro um dia de folga para fazer alguma coisa diferente, criativa e nova. Algo tão simples como tentar um restaurante diferente, caminhar por uma parte invisível da cidade ou o exercício pode fazer a diferença entre uma redefinição bem-sucedida ou uma manhã stressante.
Como terapia adicional, eu faço uma pequena compra de recompensa ou de recuperação. Isso reforça a ideia que o dinheiro que eu faço no mundo do poker tem valor no mundo real e motiva-me a jogar melhor.
Às vezes eu não tenho a liberdade de ter um dia de folga. Um jogo de dinheiro lucrativo obriga-me a jogar ou, ainda mais evidente, se eu atravesso meu LD durante uma sessão e quiser continuar a jogar, a minha maneira mais rápida de voltar a ficar focado é um pouco perturbadora, mesmo blasfema, mas funciona comigo, — eu rasgo dinheiro.
É isso mesmo. Eu afasto-me da mesa, pego numa nota de $ 1, rasgo-a em pedacinhos e ponho-a no lixo. Se tu estremeceste, óptimo, é bom, pois a lógica é ser penoso e nos lembrar que a nossa dor não é por causa do dinheiro mas sim da estimulação a que o nosso cérebro está habituado.
Para recriar este sentimento, é necessário mais motivos e níveis de oscilações. Este pequeno sacrifício de um dólar salva milhares na mesa.
Por último, devemos ter em mente a coisa que supera tudo - a felicidade. Ao analisar se devemos ou não jogar poker, não devemos tomar nossas decisões com base no EV (valor esperado) em dólares, mas em como ele nos irá afetar mentalmente, HEV (valor a felicidade esperada).
Recuperação física é importante no curto prazo para lidar com a perda de sessões e dias maus mas, a longo prazo, para lidar com meses de perdas e bancas arruinadas, é necessário uma recuperação mental.
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*Imagem principal por Paolo Rivera