18+. Jogue de forma responsável. Sicad.pt

Srij Gordon Moody Sicad 18+

Entrevista com Pius Heinz - vencedor do Main Event WSOP 2011 - Parte II

Name Surname
Silvia Almeida
8 min. de leitura
Entrevista com Pius Heinz - vencedor do Main Event WSOP 2011 - Parte II 0001

Há uns dias atrás, o mundo assistiu à conquista doTeam PokerStars Pro Pius Heinz do Main Event das World Series of Poker onde ganhou $8,715,638. APokerNews teve a oportunidade de se sentar com Heinz no dia seguinte. Na Primeira Parte da entrevista, Heinz falou sobre como se sente como campeão, e o que planeia fazer com o dinheiro. Na Segunda Parte, Heinz contou-nos como ele reagiu ao ambiente da mesa final e como jogou o heads-up com Martin Staszko. Também discutiu algumas das mãos chave da mesa final.

Qual foi a tua reacção geral ao ambiente da mesa final; estar debaixo das luzes brilhantes e as câmaras?
O ambiente era de loucos. Foi realmente, realmente muito exitante estar ali.

Mas estavas nervoso?
Yeah, especialmente quando começámos a jogar com nove. Na primeira meia hora, estava realmente nervoso, o que eu não estava à espera antes de me sentar, mas realmente estava. As minhas mãos tremiam quando eu punha fichas e tudo isso. Foi só nessa meia hora em que tive de me habituar.

Como foi voltar para jogar ainda com 3 jogadores, em vez de ser para jogar o heads-up?
Foi interessante. Obviamente que foi muito rápido, realmente rápido, o que ninguém esperava. Mas sim, eu acho uma boa ideia fazer com voltem para jogar 3 pessoas em vez de apenas 2.

No domingo, ficaste com a chip lead e começaste realmente a subir no torneio. Preferias simplesmente jogar toda a mesa final no Domingo ao contrário de ter a segunda livre, o que possibilita os outros jogadores se reagruparem?
Não, eu estava bem com o facto de ter esta pausa. Na altura em que ficamos apenas três, eu estava bastante exausto. Penso que seria por volta da meia noite, por isso tinhamos jogado 12 horas, basicamente. Por isso sim, definitivamente eu não estava de todo triste com o facto de ter uma pausa.

Na terça, qual foi a tua reacção quando viste Ben Lamb e Martin Staszko all in logo na primeira mão, e por quem estavas a puxar?
Pessoalmente, como pessoa estava a torcer mais pelo Ben porque gosto dele e penso que é uma boa pessoa e respeito-o muito. Considerando apenas o que era bom paa mim na mesa de poker, eu estava a puxar pelo Martin. O que não significa que eu queira tirar nada ao Martin, penso que ele é realmente um bom jogador, mas o Ben é doente, como sabes.

Como foi jogar o heads up com o Martin Staszko? Ele fazia limp muitas vezes no botão, presumidamente porque sentiu que lhe irias fazer 3 bet muitas vezes. Mudaste o teu plano de jogo quando ele começou a fazer isso ou já contavas com isso?
Acho, na verdade, que foi muito inteligente da parte dele fazer isso. E definitivamente tive os meus problemas com essa estratégia dele. Normalmente, iria reagir apenas punindo muitos dos seus limps a partir da big blind, mas quando vês três-cinco off sempre que ele faz limp no botão não há muito a fazer.
Por isso sim, acho que foi realmente muito inteligente da parte dele e eu definitivamente tive problemas com isso um pouco porque és forçado a jogar mãos más como três-cino off fora de posição post-flop, o que contra uma jogador esperto como o Martin é sempre dificil de fazer.

Vocês jogaram o heads up por mesmo muito tempo, e não tiveram muitos intervalos porque a mesa final estava a ser transmitida ao vivo pela ESPN. Achaste que estavam a ficar muito cansados? Gostarias de ter tido mais alguns intervalos?
Sim, eu quero dizer que percebo que a ESPN está a ter um programa e tudo isso, mas definitivamente um jogador estar lá - estavámos a jogar por uma diferença entre o primeiro e o segundo de qualquer coisa como,3 milhões (de dolares) - sim, eu definitivamente preferia ter tido mais intervalos.

Como te sentiste que estavas a lidar emocionalmente com as coisas quando tu e o Martin estavam a trocar sempre de fichas? Por um tempo parecia que jogavas, jogavas, jogavas, jogavas, assumias a liderança e depois perdias um grande pote e recomeçam as coisas.
Sim, foi basicamente como as coisas correram. A certa altura, definitivamente comecei a ficar frustado no jogo porque eu não coneguia ganhar uma mão e ele sim. Foi realmente, muito duro nessa altura, mas eu tentei apenas não perder a concentração e joguei tão bem quanto podia e esperei que as cartas eventualmente seguissem no meu sentido.

Existem algumas mãos sobre as quais gostariamos de fazer perguntas. A primeira será a mão de rei-dama onde decidiste fazer bluff-raise no river. Podes-nos falar sobre o teu raise no river depois de teres feito check no turn?
Sim, claro. Primeiro que tudo, o meu jogo pre-flop foi praticamente standard. Eu posso definitivamente fazer 3 bet, mas eu penso que faria apenas flat call aqui. A jogada no flop também foi muito standard. Eu tenho melhor mão aqui. Quando vem o nove no turn ele faz check, primeiro que tudo eu pensei que o meu rei-dama era bom a maioria das vezes então não havia necessidade de apostar como se fosse um bluff porque ele não iria fazer fold. Ele poderia fazer fold com um seis algumas vezes, mas raramente, ou com uma mão como dois 5's ou dois 4's, talvez, mas seria a única coisa que eu o conseguia fazer foldar. Por isso não fazia muito sentido apostar.
E pensei, que eu acho que ele discorda porque ele fez um call gigante com reis, e que fazendo check eu poderia representar muito bem um nove. Também podia representar uma mão como As-10 ou As-J, com as quais provavelmente não faria 3bet. Eu provavelmente não faria 3bet com As-Dama, com As-Rei provavelmente faria 3bet.

Não temos a certeza se viste a cobertura de ontem à noite, mas quando fizeste check no turn e acabaste a fazer raise no river, Antonio Esfandiari comentou que nunca devias ter o nove ao adoptar essa linha.
OK, sim, eu não concordo. Não concordo de todo.

Ficaste surpreendido de ele ter feito call com dois Reis?
Sim, fiquei muito surpreendido. Quer dizer, é como uma linha que as pessoas não adoptam tanto como o bluff. Normalmente, quando fazem float neste flop com uma mão como J-10 ou qualquer coisa parecida, vão fazer bet no turn. É o que esperas e é a causa porque fazes check aqui muitas vezes a uma mão como As-6 porque depois podes fazer check call e obter valor de todos os floats.
Quando fazes check [behind] estás tipo a representar showdown value, e o meu showdown value nesta board tinha de ser nove-x ou às-x. E alguma muito, muito, muito pequena percentagem de mãos que eu possa ter se vai tornar um bluff no river, que poderá ser KQ, KJ, K10 e um 6, basicamente. Por isso sim, eu acho que a minha linha faz com que eu vá apenas dizer que eu tenho ali um 9 muitas vezes.

A outra mão sobre a qual gostariamos de falar é a grande mão, o momento de maior oscilação em todo o jogo, que foi o teu às-dama versus a dama-nove de Stasko. Podes falar-nos sobre o que pensas dessa mão?

Sim, bem preflop foi standard à excepção talvez do limp dele, mas ele tinha vindo a agir assim. Quando veio o flop, eu fiquei com gut shot. O flop não foi bom para a minha mão e não havia nem uma copa, por isso não tinha backdoor para copas. Foi um flop que podia ter batido bastante no meu range de aposta na minha big blind porque eu não o estava a fazer durante todo o jogo, por isso fiquei muito surpreendido quando ele fez raise. Eu pensei que ele pensaria que eu tinha flopado uma boa mão ali com muita frequência.
Quando ele fez raise eu fiquei um pouco perplexo, mas eu também tinha um pequeno tell dele, pensava eu. Que era, quando ele punha fichas no pote e não olhava para mim enquanto eu estava a olhar para ele, ele iria fazer mais vezes fold do que não fazer, ou ter a parte mais fraca do seu range mais vezes do que a outra parte. E quando ele devolvia o olhar, ele estaria mais forte muito mais vezes. Por isso quando eu olhei para ele por talvez um minuto, um minuto e meio, ele não olhou para mim nem uma vez. Por isso eu tinha quase a certeza que ele tinha uma mão da parte mais fraca do seu range.
Olhando para o seu range, na realidade não haviam assim tantas mãos que basicamente se encaixassem no range do seu limp-call. Ele nunca tinha jogado um Rei desta forma, primeiro que tudo. Ele definitivamente fazia raise com K10, definitivamente fazia raise com reis, definitivamente fazia raise com 1010 e definitivamente fazia raise com setes [preflop]. Por isso as únicas mãoes que ele podia ter eram basicamente dez-sete suited, talvez K7o, mas isso foi um grande questão outra vez porque eu não tinha realmente a certeza se ele faria call de mais de 5,5 milhões quando eu tinha só 80 milhões - 33 bb's ou qualquer coisa parecida - no começo da mão. Por isso basicamente, ele simplesmente quase nunca vai ter uma mão com a qual faça sentido fazer raise no flop. E eu tinha um gut shot, e sendo assim joguei com isso.

Sabendo que anteriormente no jogo ele fez fold de dama-seis de copas com flush draw no flop, olhando para trás estás surpreendido que ele tenha dado call aqui?
Sim, eu não sei o que ele estava a fazer naquela mão.

Se ele tivesse feito raise no flop naquela mão, pensarias que ele também faria o call aqui.
Honestamente não sei qual foi a ideia geral dele aqui. Eu acho que a linha dele, honestamente, foi muito má nesta jogada. Eu não sei qual foi o seu raciocinio, talvez ele tenha tido uma boa razão, não sei. Ele é definitivamente um óptimo jogador, mas eu apenas estou em desacordo com ele nesta linha que ele seguiu neste caso. Para mim não faz sentido.

Na mão final, o que te passou pela cabeça quando a última carta caiu e eras oficialmente o novo campeão do mundo?
Estava tão feliz que tivesse acabado. Apenas fui ter com os meus apoiantes e fui abraçado por todos. Eu quase não conseguia respirar porque todos estavam a abraçar-me com tanta força, e eu desapareci entre a multidão. Foi um momento incrível.

Depois da tempestade de imprensa acabar e a tua vida acalmar, onde te podemos ver a seguir?
O próximo torneio que eu vou jogar vai ser o EPT em Praga. Estou realmente ansioso por isso. E depois vou jogar alguns EPTs. Provavelmente não vou andar a viajar muito para fora para jogar torneios de poker porque na realidade eu não gosto assim tanto de viajar.

Vamos ver-te no PokerStars Caribbean Adventure em Janeiro?

Sim, isso é algo que eu vou fazer. Vou jogar o PCA e Berlim, Viena, a Grand Final em Madrid. Basicamente, vou jogar esta epoca quase todas as paragens do EPT.

Segue-nos no Twitter e Facebook para informações actualizadas no minuto.

Share this article
author
Silvia Almeida

Mais notícias

Outras Histórias