Deixemos a Indústria do Poker Aprender Com a Indústria da Música
"Muitas pessoas estão a passar-se com esta coisa da Internet" disse-me o então Sénior Vice-presidente da Atlantic Records. Sou o Presidente de uma subsidiária da Atlantic há menos de um ano, e era para nós claro que o nosso mundo estava a mudar – e muito. O negócio da música estava num cerco que a maior parte das pessoas de topo ligadas a esta indústria não compreendiam. Por todo o país, "pessoas horríveis" estavam a roubar música através dos seus computadores. Tal como alguns Senadores em Washington acreditam que "muitas pessoas horríveis" estão a fazer o mesmo jogando poker – através dos seus computadores.
Tal como o negócio do poker agora, a indústria da música levou uma bofetada justamente quando estava na fase de maior crescimento.
Depois de anos a tentar, a indústria da música conseguiu que o mundo abraçasse finalmente um formato, com a chegada do Compact Disc. Todas as pessoas compravam os seus discos favoritos, e as vendas cresciam, cresciam, sem fim à vista. Parece-vos familiar?
Posto isto, os gatos gordos do negócio da música estavam mais ocupados em "ganhar mais mercado" do que em proteger o produto, e o preço que a indústria pagou por ter tirado os olhos dos preços praticados foi quase fatal. Se os patrões da indústria da música tivessem tomado a iniciativa de criar uma solução na primeira vez em que um empregado entrasse nos seus escritórios e dissesse "Isto pode ser um problema", muitas das pessoas não teriam perdido os seus empregos.
Com a passagem da Unlawful Internet Gambling Act a semana passada, a quebra da "Era do Napster" está à nossa frente no mundo do poker. Não quero parecer analista político nem advogado, mas acho que a lei que foi aprovada a semana passada poderá ter alguns buracos. Estes buracos poderão permitir que a indústria continue num determinado nível, até que uma solução permanente possa ser criada para solucionar de uma vez por todas esta questão (uma verdadeira proibição do jogo online), ou outra (ilegalização, pagamento de taxas e regulamentação).
Deveria o poker ter feito alguma coisa prevendo esta saída? Com certeza. Tal como o mundo da música, o poker deveria ter prevenido, ou pelo menos ter discutido estas questões com as pessoas em Washington antes desta lei ter sido aprovada. Mas ao contrário dos downloads ilegais que estrangularam e mudaram a indústria da música para sempre, esta lei não tem de estrangular o poker online nos EUA.
O mundo do poker deverá estar ciente de que esta questão tem de ser resolvida de uma vez por todas, e que não podemos esperar até uma próxima vez em que um Senador sinta necessidade de abordar a sua base conservadora sobre esta questão. Programas como o Poker Players Alliance são excelentes e podem ajudar, mas são os líderes da indústria que têm o verdadeiro poder, e têm de agir. As coisas não estão bem apenas porque algumas salas de poker disseram que os jogadores radicados nos EUA podem continuar a jogar. É chegada a altura para que as grandes companhias de poker ponham de lado as suas divergências e se unam para encontrarem uma solução prática.
Nota Ed: Pode ouvir música sempre que jogar na VIP POKER.