5 pensamentos: uma bracelete para o Big One
Em Junho, as World Series of Poker anunciaram que vão apresentar um torneio de buy-in de $1 milhão chamado Big One for One Drop. O evento tomará lugar durante as WSOP 2012, e $111,111 serão tirados de cada buy-in e doados à fundação de Guy Laliberté - ONE DROP. Para que seja um evento oficial com bracelete terão de se registar 22 jogadores, e essa meta já foi alcançada.
1.Um bom início
Na Segunda Feira, Caesars Interactive Entertainment lançou um comunicado à imprensa, anunciando que 22 jogadores já se tinham comprometido a jogar o Big One. O comunicado de imprensa apenas tem na lista 14 pessoas e três lugares através de satélites porém – os outros jogadores querem permanecer anónimos. Logo de seguida ao comunicado, Justin “Boosted J” Smith anunciou que ia fazer parte do torneio via Twitter, e Caesars antecipa mais registos para perto do verão. É necessário um depósito de $50,000 se quiseres ter o teu lugar reservado, e o pagamento total deve ser feito até duas semanas antes do início do evento que começa a 1 de Julho.
Quando o torneio foi anunciado pela primeira vez, houve algumas reacções negativas relacionadas com o buy-in incrivelmente alto de 7 dígitos. Vanessa Selbst chamou-se “ridículo” e acrescentou que, “Já está tudo fora de controlo. Acho que $100,000 e $200,000 já são buy-ins estúpidos o suficiente.
Liv Boeree concordou. “Só vão basicamente conseguir jogadores de super-high-stakes e pessoas que criaram empresas de poker há anos atrás. É tudo o que vão conseguir ter,” disse à PokerNews.
Verdade, este ano que passou foi certamente super saturado com buy-ins de 6 dígitos, mas este evento é diferente de tudo o que já foi visto. Ele suplanta super high rollers que ocorreram anteriormente e vai gerar, ao mesmo tempo, um montante substancial de dinheiro para caridade. A maior discussão é se deve ou não ser um evento com bracelete.
2. Jogar para a jóia
Poderás concordar que os jogadores nestes eventos estão a “comprar uma bracelete?” Absolutamente. Mas, sem a bracelete, menos pessoas poderão estar inclinadas a fazer o registo. Se a ONE DROP não estivesse envolvida, provavelmente poderámos concordar que este evento não deveria ser um evento de bracelete, mas já que cada jogador que se regista está a doar $111,111 para fornecer a pessoas carenciadas água potável, sou totalmente a favor. Além disso, as braceletes em ouro já perderam a sua mística porque cerca de 60 são entregues cada verão. Qualquer um é vencedor!
É quase como o futebol na universidade, onde se tens um recorde de vitórias então podes jogar num jogo bowl. Este ano, 70 das 120 equipas elegíveis para as Football Bowl Series (FBS) vão competir num bowl — falando em super saturação. Graças as Bowl Championship Series (BCS) existem mais jogos importantes, incluindo o National Championship, e isto ajuda a determinar com o que nos devemos preocupar. Nas WSOP, focamo-nos maioritariamente no Main Event e no Poker Player’s Championship, e os dois oferecem um troféu/bracelete unico para os outros. Mas talvez devêssemos ter o nosso próprio BCS (menos os estúpidos computadores).
Enquanto os dois são impressionantes, ganhar um evento de $1,000 não deveria garantir a mesma glória do que ganhar um evento de $10,000, por isso eles deviam ser separados. Deveria existir umas WSOP-Gold events (qualquer coisa abaixo de $10,000) e as WSOP-Platinum events (qualquer evento de $10,000 ou mais). Com este sistema, os jogadores de fim de semana poderiam continuar a competir pela cobiçada bracelete de ouro, enquanto que os regulares teria algo mais pelo qual competir.
Precisamos também de um estatuto para os torneios de 7 dígitos. Sugestões serão bem vindas.
3. O verdadeiro Beal
Até há um ano, Andy Beal provavelmente só jogaria as WSOP por prémios de no mínimo $500.000. Agora, com um buy-in de 7 dígitos e a hipótese de alguma vingança com a "Corporação", o seu lugar já está reservado para o Big One.
Se não sabes a história de Beal, faz um favor a ti próprio e lê The Professor, the Banker, and the Suicide King de Michael Craig, e lê alguma coisa sobre os artigos diários de Craig.
Em resumo, Beal é um empresário bilionário que ficou fascinado com o poker e quis jogar heads-up contra os melhores jogadores do mundo. Em 2001, um grupo de jogadores conhecidos como "A Corporação" juntaram o seu dinheiro, alternaram sessões, e competiram contra Beal.
Os detalhes na altura eram vagos, e em 2004 Beal escreveu uma carta aberta à CardPlayer, em que basicamente dizia Corporação para jogarem tudo ou então calarem-se. A Corporação jogou, e graças ao Phil Ivey em particular, ganharam mais de $6 milhões. Será absolutamente fascinante ver Beal, uma lenda, dar um ar da sua graça, pelos corredores do Rio e sentar-se na Sala Amazon. Já houve dezenas de acontecimentos incríveis naquela sala, mesmo na sua breve existência, mas a presença de Beal vai estar presente no top 10.
4. E quanto a Ivey, Team Full Tilt?
Sete meses é uma eternidade. A esta altura, no ano passado, estávamos a jogar online nos Estados Unidos, sem saber que cinco meses depois seríamos impedidos de o fazer. Existe uma hipótese remota que, para meados de Junho, a Team Full Tilt voltará a entrar no mundo do poker. Howard Lederer é de facto o “professor” referenciado no livro de Craig sobre Beal, e seria fascinante vê-los sentados numa mesa.
Isto não é em defesa de Lederer, é meramente a verdade.
Este evento também é perfeito para a Team Full Tilt. Não é surpresa de ninguém que, Tom Dwan, Gus Hansen, e Patrik Antonius estão já confirmados, e com a recente aparição de Phil Ivey em Macau, há uma forte possibilidade que o vermos a ele também. A menos que ele decida boicotar as WSOP para sempre.
Se por alguma razão Ivey ou algum outro escolhe evitar as WSOP outra vez, devem pelo menos doar no mínimo $111,111 para o ONE DROP. Eles são os únicos atingidos pela fuga do Rio.
5. O próprio Guy Laliberté
Durante o verão, a nossa Sarah Grant falou com Guy Laliberté sobre o Big One.
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