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Onde andam eles agora: Aaron Kanter, November Niner de 2005

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Silvia Almeida
6 min. de leitura
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A mesa final do Main Event das World Series of Poker de 2005 é provavelmente a mais memorável da útlima década, com excepção da vitória de Chris Moneymaker em 2003.Joe Hachem, anteriormente um massagista australiano, sobreviveu ao field de 5,619 jogadores no 36ªWSOP para reinvidicar um prémio de primeiro lugar de $7.5 milhões. Venceu uma mesa final que incluiu Mike “The Mouth” Matusow, Andy Black, Tex Barch, e Steve Dannenmann. Também na mesa final, estavaAaron Kanter, sobre quem vamos falar neste artigo.

Conhecido como o“Giant Killer,” Kanter ganhou este nickname por ter dado um golpe fatal ao campeão do mundo de 2004, Greg Raymer, que terminou em 25º lugar no Main Event das WSOP de 2005, tendo ganho $304,680. Nessa mão, Raymer tinha cerca de 4 milhões de fichas e abriu para 100,000 com KK . Kanter fez call com QJ e os dois ficaram em heads-up para ver o flop 635 . Raymer disparou 150,000, Kanter fez call, e apareceu o 7 no turn.

Raymer continuou a pressionar com uma aposta de 300,000, Kanter fez raise para 900,000 com o seu flush draw, Raymer foi all-in, e Kanter fez um call hesitante, criando um pote de 3.51 milhões. O torneio da vida de Kanter estava em andamento, por isso não houve grande surpresa ao vê-lo atirar os braços para cima em comemoração quando o 2 apareceu no river, paralisando Raymer.

Desde que terminou em 4º lugar em 2005 e arrecadou $2 milhões, Kanter continuou a perseguir a sua carreira de poker, principalmente a jogar online. Contudo, ele conseguiu amealhar alguns prémios ao vivo incluindo um 28º lugar no World Poker Tour PokerStars Caribbean Adventure 2007 com o prémio de $17,787, 18º lugar num evento WSOP 2007 $1,500 No Limit Hold’em tendo ganho $23,576, terceiro num evento WSOP 2008 $1,500 NLHE para ganhar $258,862, e a vitória no torneio de $500 NLHE no WSOP Circuit Harvey’s Lake Tahoe 2008 com $15,594 como recompensa.

Ainda a viver em Lodi, California, Kanter constituiu família e passa o tempo a viajar entre Vancouver e casa, uma necessidade infeliz para poder continuar a jogar poker online desde a Black Friday. A PokerNews conseguiu chegar à conversa com Kanter para descobrir o que ele tem feito, como é que a mesa final das WSOP 2005 mudou a sua vida, e o que reserva o futuro a “Giant Killer.”

O que tens feito desde a Mesa Final do Main Event das WSOP de 2005?
Continuei a minha carreira de jogador de poker, e agora tenho uma família, por isso tenho andando muito ocupado com as duas coisas. A minha esposa e eu temos agora dois filhos; um tem quase 4 e o outro acabou de fazer 1. Vivemos em Lodi, California, onde crescemos e tenho jogado maioritariamente online, obviamente até Abril. Apenas saio com eles, e agora acabei de arranjar um sitio no Canada. Tenho vivido lá e venho a casa visitar a família.

Onde moras no Canada?
Nos subúrbios de Vancouver. É um sitio bonito, especialmente para um indivíduo da Costa Ocidental.

Que tipo de efeito teve a Black Friday para ti e para a tua família?
Definitivamente não tem sido fácil. A minha maior fonte de rendimento nos últimos 8 anos tem sido proveniente do meu jogo, e a maioria tem sido do jogo online e não das World Series. Eu tenho jogado online desde a universidade, que foi há 11 anos, por isso eu estava habituado a jogar a partir de casa, o que acho que tinha como dado adquirido e agora por causa das viagens, e deixar a família em casa, tem sido difícil para todos nós.

Já consideraste a transição para jogar ao vivo depois da Black Friday?
Se eu o fizesse teria de mudar para outra cidade de qualquer forma. Não existem jogos ao vivo suficientes aqui no Norte da Califórnia. Quer dizer podemos ir até ao Bay 101, mas é o maior. Posso ganhar mais dinheiro numa hora online do que ao vivo. Talvez pudesse mudar para L.A. ou Vegas, mas acho que Vancouver é melhor, e acho que poder jogar online é mais importante.

Tens algum dinheiro preso na Full Tilt?
Tenho, mas não muito. Felizmente, 90 por cento do meu dinheiro estava na PokerStars. Estou muito contente por isso.

Nas WSOP de 2005, como conseguiste entrar? Satélite? Buy-in directo?
Ganhei um satélite. Acho que foram steps na PartyPoker. Acho que comecei com um step de $50 ou qualquer coisa parecida com isso.

Foi a primeira vez que jogaste o Main Event?
Sim. Já joguei um par de eventos de $10K. Eu ainda não jogava torneios há muito tempo quando joguei esse. Eu tinha começado a jogar torneios talvez sete ou oito meses antes disso.

Como é que foi chegar tão longe no Main Event, especialmente num ano de um boom enorme no poker?
Na altura não pensei muito nisso. Eu estava muito animando e tinha lá muitos amigos e família. Pode parecer estranho, mas eu realmente não pensava muito nisso tudo, e agora voltando às WSOP depois disso, eu sinto-me mais consciente de quão dificil é. Eu acho que ficaria mais nervoso na mesma situação se fosse agora do que estive naquela altura.

Podes falar-nos um pouco sobre a mão contra o Greg Raymer?
Na verdade essa mão foi falada novamente há umas semanas atrás. Foi classificada como número um das “Top Ten Bad Beats in Poker” ou qualquer coisa parecida com isso. Na mão, eu obviamente dei call antes do flop com o JQ, e ele apostou no flop. Foi baixo, e eu pensei que fosse tipo cbet. O turn deu-me um draw e colocou uma scary card na board porque poderia haver uma sequência de 4 cartas. Ele apostou, e eu decidi fazer raise de 3 vezes o que comprometeu cerca de 3/4 da minha stack penso eu. Ele fez uma boa leitura. Obviamente eu não estava muito habituado a jogar ao vivo, e tenho a certeza que eu provavelmente dei alguma indicação na altura que a minha mão não era assim tão forte como poderia ser, por isso ele fez shove. Eu estava comprometido nessa altura por isso fiz call e felizmente o 2 apareceu no river. Foi um river surpreendente, definitivamente o melhor da minha vida.
Vê a mão aqui:

O ano passado a Mesa Final do Main Event das WSOP foi no Binion como em 2005. Ouvimos dizer que era muito apertado e desconfortável. Que pensas sobre isso?
Sim [risos]. Quer dizer, era um espaço pequeno, não havia muito a fazer. Eu acho que foi lá porque é uma tradição. Eles disseram-nos que só podiamos ter dois passes por pessoa para trazer pessoas até lá dentro, por isso acabámos por andar a trocar passes para a frente e para trás. Todos entraram um pouco eventualmente, mas sim, não era uma sala grande, mas não podiamos fazer nada. Estavam todos apertados lá.

A mesa final mudou muito desde 2005, especialmente com a implementação de November Nine. É algo que terias gostado de ter naquela altura?
Definitivamente gostaria de ter o November Nine. Como disse, eu não jogava torneios há muito tempo, por isso provavelmente poderia ter melhorado o meu jogo, sabes, mais do que muitos outros jogadores. Eu sou um pouco mais empenhado que muitos outros jogadores. O facto de eu ter feito um acordo com a PartyPoker na mesa final, eu sei que se tivesse mais tempo para negociar e falar com o agente, eu provavelmente poderia ter conseguido algo a mais longo prazo ou um melhor valor para começar.
Eu acho que é optimo para o jogo no que toca aos jogadores. Têm mais exposição. Obviamente há um lado negativo que é que os jogadores vão mudar a sua maneira de jogar, mas eu gosto do virar da situação e saberem lidar com outras coisas.

Depois do teu prémio de $2 milhões, fizeste algumas grandes compras?
Nem por isso. Infelizmente comprámos casas, o que foi uma ideia terrivel naquele ano, especialmente aqui na Califórnia já que o mercado imobiliário ficou muito mal desde então. Quem me dera ter comprado antes um par de Ferraris ao invés de um par de casas, eles provavelmente iriam valer mais agora, e eu teria-me divertido mais.

No que toca à fama, deu por ser reconhecido depois da tua presença na mesa final?
Sim, maioritariamente em eventos locais como no Tahoe ou San Jose, e um pouco nas World Series. Não posso dizer que tenha sido algo parecido com o que aconteceu aos outros, o que na realidade não me aborrece muito, sou do tipo mais discreto.

Para saber mais sobre Kanter, consulta este video PokerNews com o “Giant Killer:”

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Silvia Almeida

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