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A Explosão dos Poker Tours: Bom ou Mau?

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Matthew Parvis/Nicole Gordon/BlocoDaBarra
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A Explosão dos Poker Tours: Bom ou Mau? 0001

Parece que de meses a meses aparece um novo poker tour no mercado. Há alguns na os atrás tínhamos o circuito WSOP, o WPT e o PokerStars EPT. Se por um lado o aparecimento de tantos tours torna mais fácil que se jogue durante todo o ano, o que beneficiou o jogo com tudo isto? Ajudou ou prejudicou, será que um ou dois tours, grandes, não serviriam melhor os propósitos da indústria?

Matthew Parvis prefere a qualidade à quantidade

Acredito que o poker tem o sucesso que tem nos dias de hoje porque é um jogo acessível a quem tem suporte financeiro para se sentar numa mesa. Em que outro desporto, com transmissões televisivas, uma pessoa pode decidir que terá a sua oportunidade de ganhar o título? Esse sentimento é espectacular e deve permanecer assim. Eu preferiria ver um ou dois tours de alto-nível, que seriam considerados a Major League, e alguns tours mais pequenos que proporcionassem esse tipo de experiências que falei.

Quais são as super estrelas?

Com tantos tours à volta do mundo, os fields vão ficando cada vez mais despidos dos grandes nomes do poker profissional. O público gostava de ver amadores a segurarem grandes pilhas de notas mas agora o que querem mesmo é ver os grandes nomes em acção – os Ivey's, Negreanu's e até mesmo os Hellmuth's – e a ganhar torneios. Com tantos amadores e profissionais pouco conhecidos, a maioria das final tables não têm história nem personalidade, é um facto.

Prizepools a Diminuir

Muito se tem falado ultimamente do diminuir dos prizepools devido à conjuntura económica mundial. Embora esta diminuição seja um facto, porque terá aumentado o número de jogadores presentes nas WSOP? Não fossem os problemas ocorridos no Dia 1D e os números de 2008 teriam sido batidos, tornado-se este o segundo maior Main Event da história. A Grand Final do PokerStars European Poker Tour também bateu todas as expectativas, que a nível de participantes como de prizepool. Como no resto do ano existem vários tours que competem entre si, por exemplo o Main Event do WPT Legends of Poker e o PokerStars APPT Macau Main Event, é natural que os fields sejam mais pequenos, o Legends deste ano perdeu quase 100 jogadores quando comparamos os números com 2008. Juntem esta gente toda e veremos novamente fields massivos e prizepools chorudos.

Regras standard

Já é hora de termos um conjunto único de regras, estrutura e payout. Com tantos tours e todos com regras diferentes os jogadores que estão habituados a jogar determinado tour sentem dificuldades em tomar as melhores decisões de acordo com as blinds/payout etc. Claro que antes de jogar qualquer torneio os jogadores devem saber ao que vão, mas com tanta coisa na cabeça e sabendo que o homem é um animal de hábitos, pode tornar-se difícil, não? Se existissem apenas 2 "ligas", centralizadas, com as mesmas regras, veríamos os jogadores a elevarem o seu jogo até outro nível sem se preocuparem com estratégias adequadas a cada torneio, individualmente. Quem não quereria ver o poker jogado ao mais alto nível? Se na verdade queremos mesmo melhorar o jogo é necessário dar condições aos jogadores, algo que se torna difícil com esta oferta excessiva de torneios.

Nicole Gordon acredita que a existência de muitos tours é importante para o crescimento do poker

Os tours regionais contribuem para o crescimento global do jogo

Se não fosse a UIGEA provavelmente teríamos um tour muito mais centralizado, pelo menos nos Estados Unidos. Porém, quando casas como a PokerStars e a FullTilt Poker deixaram de pagar os buy-in's para torneios como os WPT e o WSOP-Circuit, concentraram-se em criar tours fora dos EU, por exemplo: Asian Pacific Poker Tour, Latin American Poker Tour, e a expansão do European Poker Tour. O resultado tem sido uma contínua globalização do jogo, o que trará, no curto e longo prazo, mais jogadores para o jogo. Hoje em dia o EPT pode ser tomado como exemplo em todo o lado, enquanto os torneios em Americanos têm visto o número de participantes cair, o EPT continua a crescer, veja-se o exemplo do último EPT San Remo onde participaram 1,178 jogadores e Monte Carlo onde participaram 935 jogadores. A PokerStars tem feito um trabalho espectacular no desenvolvimento de tours "regionais", o que proporciona ao jogo uma maior expansão e alcance.

Maior escolha para os jogadores

Claro que hoje em dia os jogadores que jogam regularmente nos tours têm escolhas difíceis a fazer e fazer o seu calendário não é nada fácil (Outubro em Vegas ou em Londres?). São problemas bons para se ter mas não deixam de ser chatos. São os jogadores amadores que mantêm todos os tours vivos e isso abre o apetite aos prós. Com o número crescente de tours internacionais, os amadores têm uma maior escolha de destinos o que é importante para este tipo de jogadores que muitas vezes utiliza estas deslocações para fazer férias. Em 2004 e 2005 não se ouvia uma história em que um jogador se tivesse qualificado para o WPT num torneio de $11 ou através de FPP's. Estas histórias são o pão nosso de cada dia em tours como o LAPT, o que é bom para o patrocinador, a PokerStars, que tem constantemente satélites para estes eventos, e com buy-in's para todas as bancas.

Variedade de buy-in's

Com o actual estado da economia muitos jogadores têm reservas quanto a arriscar $10,000 num só torneio. O APPT e o LAPT oferecem buy-in's na ordem dos $2,500 – $5,000 e são bons torneios com tudo o que um torneio internacional tem para oferecer. Alguns casinos americanos estão finalmente a entender que nem todos os grandes torneios têm obrigatoriamente de ter um buy-in de $10,000, tal como o Borgata fez no WPT de Setembro ($3,300). É mais fácil para um jogador amador decidir se joga, por exemplo o LAPT Costa Rica por $2,700, já se o buy-in for de $10,000 se calhar esse mesmo jogador pensa duas vezes e fica com o dinheiro. Uma variedade de tours com uma grande variedade de buy-in's mantém o jogo acessível a toda gente – não é isso que todos queremos?

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