18+. Jogue de forma responsável. Sicad.pt

Srij Gordon Moody Sicad 18+

Entrevista PokerNews: Barry Greenstein, Parte 2

5 min. de leitura
Entrevista PokerNews: Barry Greenstein, Parte 2 0001

Pode ver a primeira parte da entrevista de Barry Greenstein, clicando AQUI.

"Disseste-lhe que os verdadeiros jogadores de poker não dão entrevistas porque estão ocupados a jogar?" Gritou Phil Ivey do outro lado da sala, para Barry, que tinha combinado tirar algum tempo no início de uma noite de sábado para nos dar a entrevista.

"Vi-te a dar uma entrevista ontem?", respondeu Barry para o outro lado da sala.

PokerNews: És membro do Players Advisory Council das WSOP, e sei que têm existido algumas questões sobre alterações na edição deste ano. No ano passado ganhaste a terceira bracelete no torneio de $1,500 razz, o buy-in deste torneio vai passar a ser de $2,500 este ano…

Barry Greenstein: Uma das razões que levou à alteração do buy-in foi o facto de alguns jogadores acharem que não havia muita jogabilidade no torneio. Como sabes este ano vamos ter o triplo das fichas em todos os eventos das World Series. Há 2 anos atrás jogava-se muito nos primeiros níveis dos torneios de limit, mas o ano passado alguns jogadores acharam que não tinham muito espaço de manobra. Agora com o buy-in de $2,500 e 7,500 fichas iniciais a jogabilidade irá aumentar.

PokerNews: Outra alteração existente é no torneio no-limit deuce-to-seven draw. O ano passado era um torneio de $5,000 com rebuys e este ano vão existir 2 torneios. Um de $2,500 e o World Championship de $10,000, nenhum deles terá rebuys. Foi neste torneio que ganhaste a tua primeira bracelete não foi?

Barry Greenstein: Sim, eu sempre me dei bem neste torneio, sinto-me bastante bem a jogá-lo. O pessoal do "Big Game" como o Doyle ou o Lyle Berman, que jogam estes torneios muitas vezes, têm mais oportunidades, eu acho que sou o que leva este torneio mais a sério. Aliás sou quase um dos mais novos a jogá-lo, à excepção do Phil Ivey talvez. No ano passado fiquei em 3º lugar, e em 2004 ganhei a bracelete. Penso que sempre que joguei o torneio fiquei no top10, por isso posso dizer que tenho sempre boas prestações.

Uma parte do meu sucesso pode dever-se ao facto de poder fazer muitos rebuys, isso dá egde a um jogador. Este ano tudo será mais justo com a exclusão dos rebuys. Sempre foi um torneio que gostei de jogar e onde tinha cerca de 5% de probabilidades de ganhar, visto que o field rondava sempre os 60/80 jogadores e eu fazia mais rebuys que a média. Não mencionando o facto de ter mais experiência. Agora terei menos de 5% de chances de ganhar, terei de tentar outras maneiras de me dar bem no torneio.

PokerNews: Que tipo de field pensas que irá atrair o "$40,000 Annual No-Limit Hold'em"?

Barry Greenstein: Eu apostei com o Eli Elezra que vão participar mais de 222 jogadores. Alguns dizem que estou a ser muito ambicioso porque o torneio se realiza logo no início das WSOP. Se o WPT Championship de $25,000 tem entre 300/400 jogadores, porque não terá este de $40,000, 222 jogadores?

Este torneio terá uma boa transmissão televisiva e uma final table espectacular. O field deste torneio deverá ser dos melhores que se terá alguma vez juntado. Teremos todos os profissionais, que podem pagar o buy-in, e as super-estrelas do jogo online deverão marcar presença também.

PokerNews: O que pensas da decisão da final table do main event das WSOP se realizar novamente em Novembro?

Barry Greensntein: Bom, a maioria das pessoas fazem o seu julgamento apenas considerando os números das transmissões televisivas, eu julgo com base nos benefícios que os jogadores podem ter. Com esta mudança na realização da final table, quase todos os jogadores presentes na final table assinaram contratos de patrocínio e foi movimentado muito dinheiro à volta disso. Estes tipos de quantias normalmente só estavam acessíveis ao vencedor, e por isso acho que a mudança foi positiva.

PN: Num episódio do "High Stakes Poker" que foi para o ar recentemente, mencionaste uma frase que foi dita pelo teu filho, Joe Sebok, num podcast – "math is idiotic".

Barry Greenstein: Sim.

PN: A frase foi dita com ironia, mas no teu livro Ace on the River, contas uma história interessante sobre uma mão que jogaste contra um professor de filosofia no tempo em que ainda estudavas na Universidade de Illinois. A história aparece num capítulo chamado " Misusing Mathematics". Estavam a jogar stud eight-or-better e ele calculou que a probabilidade tu teres a mão que realmente tinhas era de 1000 para 1.

Greenstein: Sim, matematicamente, com cartas aleatórias eu não deveria ter ganho. Mas claro que neste caso em particular, não existia nada de aleatório na situação. Eu só podia ter a mão que na realidade tinha, pois era óbvio que ele teria algo como um straight do 2 ao 6, e para eu fazer o que fiz só podia ter algo melhor que ele.

PN: É engraçado ouvir essa tua leitura e pensar naquela frase…

Greenstein: Sim, eu penso que a frase não será "math is idiotic" mais sim, a matemática é muito mal usada no poker.

PN: Faz-nos parecer idiotas, ou não?

Greenstein: Sim. Muita gente fala da matemática. Se fores ao fórum Red Pro, verás uma grande "discussão" que por lá tenho com aqueles a que chamo de "miúdos da internet". Miúdos inteligentes e bons jogadores como o Daniel Kelly ou o Jimmy Fricke. São bons miúdos mas focam-se demais na matemática, estou-lhes sempre a dizer que existem mais coisas que são +EV para além da matemática.

Isto é recorrente entre os jogadores mais jovens, que jogam na internet. No poker ao vivo existem muito mais coisas a ter em conta para além da matemática, especialmente se estiveres a jogar contra jogadores fracos.

PN: Já foste entrevistado muitas vezes, existe alguma pergunta que ainda não te tenham feito e que gostasses de responder?

Greenstein: Não, que me lembre não. O que eu faço é andar pelo mundo a representar a Poker Stars. Vou a torneios e sou porta-voz da Poker Stars por esse mundo. Vou a muitos países e tento passar a ideia de que não tem nada de mal jogar poker. Não vou dizer a miúdos de 16 anos para largarem a escola e jogarem poker, mas as pessoas têm de perceber que não existe nada de mal neste jogo. Para além daqueles que encaram o poker de uma forma mais séria, existe muita gente a jogar apenas pelo prazer que têm. Na verdade acho que ninguém precisa de um político a dizer-lhe o que pode ou não fazer no seu tempo livre. Cada um que decida por si, eu apenas espalho o meu ponto de vista.

Share this article

Mais notícias

Outras Histórias