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Psicologia do Poker e Desporto Parte IV

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Barry Carter / Daniel Cordeiro
4 min. de leitura
Psicologia do Poker e Desporto Parte IV 0001

Barry tem tentado descobrir se o especialista em psicologia do desporto Jared Tendler consegue mesmo ajudá-lo no seu jogo. Se precisar de se pôr a par da história leia Poker 770, Poker 770, Poker 770.

Apesar de não estar de maneira nenhuma a esmagar nos jogos em participava, a vida estava a saber bem sob o aconselhamento do treinador mental Jared Tendler. Estava a melhorar o meu jogo a cada dia que passava e sentia como se estivesse a construir algo grande. O meu medo de arriscar tinha desaparecido e começava a não me preocupar quando o baralho não me ajudava, depois de aprender que ficar frustrado não era a solução.

Aí está, no espaço de um mês tornei-me o melhor jogador de poker do mundo e estava completamente desprovido de fugas emocionais no meu jogo. Estava a caminho de levar um barril cheio de dinheiro para o banco!

Ou talvez não...

Umas semanas depois tive uma maré de más sessões consecutivas onde senti que estava abaixo das expectativas. Nada de muito ridículo, apenas não estava no lado certo das coin flips e acerta em mãos maiores quando tinha mãos grandes. Lidei com estas situações com uma calma que nãoseria possível há ns meses atrás, mas começou a acumular.

Numa manhã enchi várias mesas com dinheiro e levei uma bad beat em poucos minutos de jogo. Como reagi? Não fiz nada. Não reagi, não disse um palavrão nem bati na mesa com frustração. Decidi reagir a isto ao não fazer nada, apenas me sentia vazio e dormente.

Em 40 minutos da sessão onde não conseguia ganhar uma mão nem para salvar a minha vida, o efeito acumulado de todos os potes que perdia começava a anestesiar-me. Sentia-me no ar e não estava a pensar em condições , a minha concentração não ajudava e os meus dedos jogavam sem que eu os comandasse com consciência em que botões carregar. Foi na verdade o pior que alguma vez joguei, como tinha aprendido a não ficar zangado, estava a reagir num modo diferente, mas igualmente mau. Depois da sessão senti-me mesmo mal comigo mesmo durante o resto do dia e achava que todo o progresso que tinha feito era na verdade falso.

Na sessão seguinte, o Jared lembrou-me do que me tinha dito no início, que entrar em tilt é bom porque te mostra onde já chegaste e o que aprendeste na verdade. Ele usou a analogia de uma "Inch Worm" para detalhar como o homem progride numa fase de aprendizagem. (Veja o vídeo abaixo). Na frente da minhoca está o teu "Jogo A" (tu no teu melhor) e na zona de trás está o teu "Jogo C" (Tu no teu pior) e podes que ver que num movimento , a minhoca não se moveu completamente de lugar, apenas se arrastou um pouco e ainda habita um pouco do espaço inicial. O teu "jogo A" progrediu e em vez de veres o teu "jogo C" eliminado, ele apenas se moveu um pouco para a frente também em direcção ao tu "jogo A".

É uma óptima analogia e destaca a importância de pequenas mudanças no teu jogo em vez de tentares "reinventar a roda" numa única sessão. Entrar em tilt permitiu-me ver o que tinha eliminado do meu "jogo C" e o que ainda me faltava trabalhar. Olhando agora para trás, consigo ver que ainda assim joguei melhor em tilt do que faria há uns meses atrás. Apesar de sentir que tinha dado um passo grande atrás, Jared mostrou-me que tinha dado um pequeno passo há frente.

Então porquê que de repente reagia à adversidade ao não reagir absolutamente nada? Surpreendentemente vinha tudo da ética de trabalho árduo que tinhamos discutido em sessões prévias. Uma vez mais, estava a criar um mecanismo de defesa para evitar o trabalho e estudo no final das minhas sessões. Ao ficar dormente com as minhas emoções, dava-me razões para não estudar e não trabalhar tudo o que preciso para melhorar como jogador de poker. No final era ao mesmo tempo minimamente reconfortante saber que finalmente estava a desenvolver as ferramentas para fazer algo quanto a isso.

Outro benefício de notei de tudo isto é que o treino mental que tenho recebido tem aparecido em outras áreas da minha vida. Apliquei estratégias semelhantes na minha gestão de tempo, dinheiro e no meu trabalho de escrita. Acho que se calhar porque o Jared não é um jogador de poker e o que me ensina é universal, vejo os benefícios surgirem noutras áreas da minha vida e não exclusivamente focados no poker.

E uma vez mais senti-me bem com o meu poker e vi que os macaquinhos de tilt foram realmente uma boa experiência para mim. Tenho esperança de que para a próxima estarei mais preaprado para o que vier e que irei ver o meu "jogo C" mais perto do meu "jogo A"( e o meu "jogo A" mais perto do "jogo H" do Phil Ivey seria bom).

O diário vai para o banco de trás por umas semanas visto que o poker está a vltar para o lugar da frente, mas continue a ler este espaço para descobrir até onde eu desenvolvi, ou se então fui banido do casino local por tentar estrangular alguém em frustração.

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Barry Carter / Daniel Cordeiro

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