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Psicologia do Poker e Desporto Parte III

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Barry Carter / Daniel Cordeiro
4 min. de leitura
Psicologia do Poker e Desporto Parte III 0001

Barry Carter tem tentado descobrir se o especialista em psicologia do desporto Jared Tendler pode realmente ajudá-lo a melhorar o seu jogo. Pode lêr aqui a Parte I e Parte II

Da última vez o treinador mental Jared Tendler deu-me a volta à cabeça ao me contar que nos últimos anos eu andava atrás de algo que não quero necessariamente como jogador de poker. Que realmente só achava que precisava de ganhar um torneio porque já reportei imensos. Era tempo de decidir o que queria.Olhando para trás, se pensar em quem realmente admiro no poker, são poucos os que respeito pelo modo como jogam. Julian Thew é alguém quem eu respeito bastante, mas graças à sua atitude humilde independentemente do sucesso que tem. Admiro Brian Townsend pelo esforço que faz em melhorar o seu jogo e isso vê-se no seu blog. Jesse May é também alguém quem eu admiro não porque seja bom jogador mas pela sua paixão pelo jogo, Tony 'Tikay' Kendall pelo trabalho que faz e pelo estatuto que tem na comunidade de poker embora nunca tenha concordado com nenhuma análise de mão na Sky Poker.

Parece que admiro jogadores de poker que são bastante humildes e com ética de trabalhador. É engraçado pois na verdade estes jogadores têm muita habilidade para poker mas não é isso que me atrai. Alguém que tenha um talento natural para olhar para a alma de um homem e dominá-lo numa mesa de poker não é o suficiente para me agradar. Por muito bons que sejam. Parece-me também evidente que não me quero ver numa situação em que o poker se torne a minha única fonte de rendimento, pois todas as pessoas que admiro é baseado no seu trabalho e não no seu jogo.

É impressionante como podes saber tanto sobre ti, e no entanto não te apercebes da relevância que tem até que alguém to diga em voz alta. A minha recente maré de azarcriou um medo de tomar riscos, e Jared e eu concluimos que isso se baseava no medo de me expor e ter de admitir que não sou o jogador que queria ser.

"Qual a pior coisa que imaginas a acontecer devido a uma bad beat no poker?" perguntou-me Jared

O meu maior medo seria ser gozado pela comunidade de poker. Ser julgado e victimizado por causa de um resultado, ou de uma mão. Porque eu e a minha escrita, somos bastante conhecidas nos circulos de poker britânicos, acho que tenho uma expectativa irrealista de que eu deveria ganhar mais do que realmente ganho.É um medo exagerado, faz-me lembrar aquele nervosismo miudo que me dava no liceu quando tentava ganhar coragem para falar com uma rapariga de quem gostava e antes de conseguir imaginava todos os cenários e reacções possíveis.

Sendo jornalista de poker não ajuda a esta visão distorcida que tenho de mim como jogador. Converso regularmente com jogadores de poker high stakes e a conversa geralmente gira à volta de "Ele faz raise de $20,000, e eu faço raise para $60,000 em gutshot" e é difícil responder nestas conversas com histórias de quando fiz um raise para $178 numa mão semelhante. Sinto-me como os miudos de primária que tentam parecer os mais fixes ao conviverem com os mais velhos"

Afastei-me algum tempo das mesas para pensar no que realmente queria do poker e da vida em geral, e sem surpresa a vontade de uma grande vitória num torneio já não surgia. Os objectivos eram todos muito simples, e comparado com jogadores de poker, muito humilde. Tenho dois objectivos monetários para os próximos anos, um carro novo, e quero ser o meu próprio patrão para sempre, e acima disso quero mesmo ser reconhecido por ser trabalhador e honesto. Não tenho o desejo de ganhar um milhão e braceletes, simplesmente quero segurança para fazer o trabalho que adoro sem arrependimentos.

Com estes objectivos definidos, o mundo parece um sítio muito maior e sinto-me como se estivesse a construir algo importante. Dentro dos meus objectivos, existem imensas mini metas que tento atravessar para me sentir mais perto do que quero atingir.

A vida estava a correr bem, estava-me a sentir óptimo em relação ao poker e senti-me realmente como se estivesse na direcção de algo especial, nada se podia atravessar no meu caminho... ou podia?

Leia o nosso próximo artigo para descobrir como Barry cai da carruagem!

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Barry Carter / Daniel Cordeiro

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