Site de poker online cria taxa controversa para mostar as cartas dos adversários
Um site de poker baseado em moedas virtuais (sweeps coins) que já criou polémica várias vezes no último ano voltou recentemente a estar no centro das atenções. A razão? Uma nova funcionalidade que permite aos jogadores verem as cartas que os adversários foldaram.
A funcionalidade, apelidada de "taxa de idiota" pelo profissional Matt Berkey, está disponível em exclusivo no ClubWPT Gold. Para ver as mãos que foram foldadas, os jogadores têm de pagar o equivalente a três big blinds após o final da mão. Enquanto alguns profissionais consideram esta opção prejudicial para o jogo, outros defendem precisamente o contrário.
Site de poker implementa funcionalidade polémica
A maioria dos sites de poker online permite ver as cartas de um jogador que perdeu no showdown, especialmente em situações de all-in. Mas nunca nenhum operador tinha dado a possibilidade de pagar para ver todas as mãos foldadas na mesa. Até agora.
A nova funcionalidade, lançada recentemente pelo site de sweeps coins que opera sob a marca World Poker Tour (WPT), gerou reações imediatas. O profissional Rob Kuhn partilhou no X um vídeo que lhe foi enviado a mostrar como funciona a opção de revelar as mãos.
No final de cada mão, aparece um botão no canto superior esquerdo do ecrã oferecendo a opção de pagar três big blinds para expor todas as hole cards da mesa. Por exemplo, se a big blind for $5 (SC 5 num site de sweepstakes), o jogador paga $15.
"Na verdade isto é ridículo. Uma taxa de idiota faria sentido se fosse revertida para os jogadores; acontece muitas vezes no poker ao vivo. Mas o SITE vender os dados dos jogadores, em pleno jogo, cobrando uma taxa extra além do rake já questionavelmente alto... façam melhor", escreveu Berkey.
Nos limites mais altos do site, a taxa é de apenas duas big blinds. Nem todos são contra a inovação, já que alguns acreditam que pode até ser positiva.
"Pode-se argumentar que isto ajuda a prevenir partilha de informação e batota. Se consegues ver o que todos tinham após a mão, consegues perceber se alguém jogou de forma estranha ou possivelmente em collusion. Eu acho que é até uma funcionalidade de segurança interessante", defendeu Hayley Hanna.
Bradley Martin (@Bradley88995765) acrescentou que não acredita que "a reação negativa vá superar os lucros" e prevê que muitos jogadores estejam dispostos a pagar pela opção.
A conta oficial do ClubWPT Gold no X publicou também um vídeo explicativo da funcionalidade, onde aparece Garrett Adelstein, com uma referência em tom de piada ao famoso escândalo do “J4”.
Doug Polk critica o ClubWPT Gold
Mesmo sendo embaixador do ClubWPT Gold, Doug Polk não poupou críticas à nova funcionalidade. Num vídeo no seu canal de YouTube, o profissional explicou que, embora reconheça que possa ajudar a detetar situações de batota, considera que os aspetos negativos superam largamente os positivos.
Polk classificou a opção como uma "taxa sobre os jogadores mais fracos", já que não acredita que os profissionais utilizem esta ferramenta. O norte-americano admitiu ainda que não gosta da ideia de o valor pago ir diretamente para o site em vez de ser redistribuído pelos jogadores.
O ClubWPT Gold já tinha dado que falar no passado recente, como na polémica promoção de $1 milhão de bónus durante as World Series of Poker (WSOP), que levou a que uma das braceletes não fosse atribuída. Já no inverno passado, o site tinha atraído atenções de forma mais positiva com um histórico freeroll de $5 milhões realizado durante o WPT World Championship no Wynn Las Vegas.




