Jon Kyte vence o EPT Monte Carlo Open 2025 após entrar no último minuto
Depois de chegar ao PokerStars EPT Monte-Carlo sem planos para jogar o €1.100 PokerStars EPT Monte Carlo Open, Jon Kyte saiu com o troféu, o título e um prémio de seis dígitos que o deixa bem preparado para um verão recheado de poker.
O grinder norueguês venceu este evento de quatro dias após registar-se nos segundos finais, batendo um dos maiores e mais difíceis eventos paralelos do festival.
A PokerNews esteve à conversa com Kyte após a vitória para saber como tudo aconteceu — desde a inscrição à última da hora até à mesa final caótica e os seus planos para os próximos meses intensos nas mesas.
"Nem estava nos meus planos jogá-lo"
A caminhada de Kyte neste torneio começou de forma pouco convencional. Na verdade, quase nem começava.
Kyte's tournament didn't begin like most championship runs. In fact, it nearly didn't begin at all.
"Tive de correr do aeroporto para o casino e cheguei mesmo no último minuto — talvez no último segundo. Foi uma loucura."
"Nem estava nos meus planos jogar o €1K. Aterrei em Monte Carlo às 21h, e o registo para o flight turbo fechava às 22h. Tive de correr do aeroporto para o casino e cheguei mesmo no último minuto — talvez no último segundo. Foi uma loucura. Entrei no turbo de níveis de 20 minutos e, de alguma forma, consegui avançar."
Apesar do início caótico, Kyte rapidamente encontrou o seu ritmo. No Dia 2, o field já tinha crescido imenso, tornando-se o maior torneio com buy-in de €1.000 de sempre realizado em Monte Carlo.
"Sempre sabemos que os eventos FPS são grandes, mas nem me tinha apercebido de quão grande era até ao Dia 2. Ainda estavam cerca de 300 jogadores em prova, e eu passei o dia todo com uma stack confortável."
Um momento-chave aconteceu quando deu um hero call que podia ter colocado um ponto final no seu torneio.
"Houve um jogador que me colocou all-in e eu tinha uma mão marginal, um bluff-catcher daqueles em que ou vais para casa ou dobras. Pensei bem e fiz call... e estava certo. Essa mão mudou completamente o rumo do meu torneio. A partir daí, tive uma stack enorme até à mesa final."
A Mesa Final
Ao contrário da maioria dos torneios, que acabam em dois ou três dias, este prolongou-se por quatro, e isso exigiu ajustes por parte de Kyte.
"Não jogas muitos torneios de quatro dias, a menos que chegues bem longe. O Dia 2 e o Dia 3 ainda são controláveis. Mas o Dia 4 é diferente. É quando está o dinheiro a sério em jogo, e cada decisão pesa muito mais. Tens de estar mais focado, mais paciente e preparado."
Kyte começou a mesa final como chip leader, mas o caminho até à vitória não foi nada fácil.
"Pensei, ‘Será que estraguei tudo outra vez?’"
"Foi uma verdadeira montanha-russa. Comecei como chip leader, mas a certa altura, quando estávamos 3-handed, era o short stack. Pensei, ‘Será que estraguei tudo outra vez?’ Mas o poker é assim mesmo. Mantive o foco, escolhi bem os spots e recuperei."
Essa disciplina mental teve o seu custo. Mesmo antes da mesa final, Kyte já não conseguia abstrair-se do jogo.
"Não dormi quase nada. Não só na noite antes da mesa final, mas durante todo o torneio. Estava sempre a rever mãos na cabeça, a imaginar spots da mesa final: chip leader contra segundo em fichas, ICM... tudo. Pensas nisso tudo antes de dormir, e o cérebro não desliga. Dormia no máximo cinco horas por noite. Mas muito café, muita adrenalina. Chegámos lá."
Resultados da mesa final do EPT Monte-Carlo Open
Kyte bateu um field de 2.387 entradas e levou para casa €340.000. É o segundo maior prémio da sua carreira, atrás apenas do 2º lugar no Main Event do EPT Praga 2023, onde faturou €643.000.
O norueguês bateu o francês Gilles Cadignan no heads-up, enquanto o finalista do Main Event do EPT Barcelona, Patrik Jaros, terminou na oitava posição.
| Posição | Jogador | País | Prémio |
|---|---|---|---|
| 1 | Jon Kyte | Noruega | €340.000 |
| 2 | Gilles Cadignan | França | €214.070 |
| 3 | Conor Bergin | Irlanda | €153.330 |
| 4 | Scutaru Razvan | Roménia | €117.720 |
| 5 | Javier Tazón | Espanha | €89.320 |
| 6 | Jack Corrigan | EUA | €70.240 |
| 7 | Pavlo Bilonozhko | Ucrânia | €54.030 |
| 8 | Patrik Jaros | República Checa | €41.370 |
| 9 | Michael Lichtle | França | €31.890 |
Um verão de grind pela frente
Depois desta vitória em Monte Carlo, Kyte não vai abrandar. Com o SCOOP (Spring Championship of Online Poker) na PokerStars.com e as WSOP (World Series of Poker) ao virar da esquina, o grinder norueguês já tem o seu verão planeado.
"Para ser sincero, só vim a Monte Carlo para jogar o Main Event, talvez o evento de €2.000. Mas agora com esta vitória, ganho confiança para o SCOOP e para as WSOP."
Apesar de o SCOOP ser uma das maiores séries online, Kyte vai adotar uma abordagem mais leve para poupar energia para Las Vegas.
"Tento não forçar muito no SCOOP, porque preciso de energia para as World Series. São sete semanas com um ou dois dias de descanso, e planeio jogar até 84 torneios. Provavelmente não vou conseguir jogar todos, mas esse é o plano. Vai ser nonstop."
E é exatamente isso que o motiva.
"A vida de torneios é intensa, é essa a natureza do jogo. Não há bem uma offseason. Descansas quando és eliminado. Mas vitórias como esta? Fazem tudo valer a pena."
