World Series of Poker 2010: À conversa com o campeão Jonathan Duhamel Parte I
O Penn & Teller Theater está calmo agora. As suites do Hotel Rio e Casino já não estão cheias de adeptos vestidos de igual para apoiar o seu jogador preferido, e as World Series of Poker já só voltam em 2011. Tudo isto significa que temos um novo campeão WSOP, e caso não tenhas prestado atenção, é um canadiano de 23 anos que se dá pelo nome de Jonathan Duhamel. Estivemos à conversa com o campeão para descobrir mais sobre o novo ídolo do poker mundial.
Antes de mais, parabéns! Deves estar ainda um pouco fora de ti com tudo o que aconteceu.
Obrigado. Sim, é fantástico. Tanta coisa a acontecer no momento.
Já se passou algum tempo desde a vitória. Já interiorizaste isso?
Um pouco. Tirei algum tempo para isso. Agora acho que já me apercebi "Wow, venci o torneio. Acho que o fiz." Precisei de alguns dias, mas acho que agora já o assimilei.
Quando olhas para trás, quais foram para ti os momentos mais marcantes?
Foram de longe os quatro melhores meses da minha vida. Entrar na mesa final como chipleader deixou-me com muitas expectativas. Durante o tempo de intervalo até Novembro, muita gente me dizia que já era campeão. Assim que voltei a Vegas, uns dias antes da mesa final, havia tantas coisas que me passavam pela cabeça, tantas coisas boas. No Sábado, quando cheguei à fase heads-up como chipleader, foi a melhor experiência que tive até hoje.
Falaste um pouco do tempo de pausa até Novembro. Desde que o conceito November Nine foi implementado, o chipleader ainda não ganhou o evento. Qual foi o desafio para ti mentalmente, para te manteres duro e na liderança?
Isso pressionou-me ainda mais. Mas faz parte do jogo e vivo disso. Utilizei isso como motivação para o torneio.
Qual foi a tua rotina até a mesa final? Viveste como uma pessoa normal ou estiveste a preparar-te à séria?
Joguei alguns torneios como o EPT Londres, o Foxwoods Mega Stack, uns quantos em Montreal e bastantes torneios online como o WCOOP. Isso ajudou bastante para me deixar mentalmente preparado. Isso foi a chave. Umas semanas antes da mesa final, não joguei muito poker. Dediquei esse tempo ao descanso e à preparação mental para tudo o que pudesse acontecer na mesa final e conseguir lidar bem com isso.
Houve bastante destaque para Michael "The Grinder" Mizrachi antes da mesa final, tudo graças aos seus feitos deste ano. Achas que toda a atenção que foi dada a Mizrachi ajudou a tirar alguma pressão sobre ti?
Talvez um pouco, mas acho que o foco se manteve centrado em mim. Houve alguma pressão, mas tal como já disse, servi-me disso para me motivar. Para mim não foi muito importante.
Uma das coisas mais difíceis para ti terá sido talvez o tempo de espera. Provavelmente terás imaginado como iria decorrer a mesa final umas quantas vezes na tua mente. Quão diferente foi aquilo que esperavas e o que aconteceu?
O início foi bastante diferente do que esperava. Na minha mente, tudo iria correr de feição até o final. Tive dificuldades no início, mas consegui recuperar e amealhar fichas para chegar à fase head's-up com uma boa stack.
Sofreste alguns golpes no arranque do torneio. Estiveste short-stack a certa altura quando estavam apenas cinco jogadores. Houve alguma altura em que te sentisses em pânico?
Não foi pânico, pois não estava abaixo da marca das 10 big blinds. Tinha cerca de 25 bb's julgo eu. Não estava na melhor situação mas não estava assim tão mal. Ainda tinha algum espaço de manobra. Não estava feliz, isso é certo, mas estava apenas a pensar no que iria fazer a seguir. Tentei tomar as melhores decisões.
Houve alguém que tivesses tentado evitar ou alguém que quisesses explorar mais? Tinhas um plano delineado?
Todos os jogadores eram bons adversários, por isso não houve nenhum que eu quisesse enfrentar mais vezes que outros. Julgo que tendo em conta o tamanho das stacks, era tudo uma questão de timing e escolha de spots para agir. Eu estava a fazer bastantes 3-bet's a Joseph Cheong e John Dolan por causa do tamanho das suas stacks.
Houve duas mãos grandes que te catapultaram para a liderança e a vitória. Fala-nos da mão em que deixaste Mizrachi em mau estado com ás-nove.
Isso aconteceu depois da mão ása-rei vs ás-dama frente a John Racener. Estavamos cinco jogadores na mesa. Toda a gente fez fold até a big blind e eu vi ás-nove, por isso fiz raise. Estava a fazer raise a cerca de 25% das mãos na small blind. Sabia que iria obter resposta, mas ele fez shove e isso não estava a contar. Ponderei e visto estarmos numa situação blind vs blind achei que seria uma boa altura para arriscar.
Junta-te a nós na próxima semana para a continuação da entrevista com Duhamel.
Jonathan Duhamel é patrocinado pela PokerStars.net. A PokerStars está a oferecer freerolls exclusivos aos membros Clube PokerNews.