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Entrevista PokerNews: Mori Eskandani, Parte 1

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Entrevista PokerNews: Mori Eskandani, Parte 1 0001

Apesar de ter sido um jogador de ring muito conhecido durante anos, Mori Eskandiari é conhecido no mundo moderno do poker como um dos dois cérebros por detrás da companhia que domina o mercado da televisão, POKER-PROductions, que teve uma mão em "Poker SuperStars", "Poker After Dark", "High Stakes Poker", "The NBC National Heads-Up" e a transmissão da mesa final do Main Event das WSOP por pay-per-view, entre outros programas de poker.

A entrada de Eskandiari para a produção de poker teve um começo interessante – tudo começou com o homem que inventou as câmaras para podermos ver as cartas dos jogadores enquanto jogam.

PokeNews: Diz-nos como entraste para a indústria de produção de poker.

Mori Eskandani: Começou quando conheci Henry Orenstein. Eu e Henry somos bons amigos há muito tempo, e ele pediu-me ajuda em 1995 para um projecto que ele tinha em mente onde trazíamos pessoas para assistir um torneio de seven-card stud com os melhores jogadores do mundo, onde teríamos algum dinheiro e mostrávamos as cartas, o que era a ideia principal – ver as cartas dos jogadores enquanto jogavam. Nessa altura tínhamos uma cassete de demonstração dos gráficos das cartas, ficava parecido com o que se vê agora na televisão. Não fomos muito bem sucedidos a tentar convencer uma estação de televisão a por o programa no ar. E queríamos fazê-lo em directo e apenas em directo. Não queríamos gravar para depois transmitir como acontece agora. Basicamente, essa foi a minha primeira experiência em tentar produzir um programa de poker para a televisão.

Depois da WPT ter dado uma licença ao produto de Henry, e até conseguiram vender à Discovery, as pessoas viram que consegue ser um íman de audiências. Depois voltamos atrás, e conseguimos vender o Poker SuperStars à FoxSportsNet. Aí foi a minha experiência em editar um programa televisionado que era programado.

PN: Isso até era a próxima pergunta: Henry Orestein e a sua invenção da câmara. O quão importante considera isto para o poker televisionado?

ME: É tudo! Absolutamente tudo. O Henry mudou a maneira de como a audiência olhava para o poker. Ninguém gostava de ver poker da maneira que era, e ninguém pensava que os profissionais fossem mostrar as cartas! Eram as suas ferramentas. Aqui está onde as pessoas erraram e o Henry acertou em cheio. Como jogadores profissionais de poker, nunca pensámos que o poker seria grande o suficiente para beneficiarmos de coisas fora do nosso jogo como patrocínios e esse tipo de coisas para ganharmos dinheiro. Por isso se a única maneira de os jogadores fazerem dinheiro era pela sua maneira de jogar, eles não iriam por em risco o seu bem-estar, mostrando como jogavam. Não estaríamos confortáveis se alguém se sentasse atrás de nós durante meia hora a nos ver jogar, quanto mais mostrar ao resto do mundo! Deixar todo o mundo ver como jogamos? Seria o fim da nossa carreira, pensamos nós! Não haviam assim tantos jogadores!

Henry tinha acertado em cheio. A sua visão era: não te preocupes. Isto vai tudo arrancar. Vocês terão patrocínios – Quero dizer, ele já conseguia ver tudo numa altura onde mais ninguém conseguia ver isso. Era possível que mais alguém tivesse pensado em mostrar as cartas? Algumas pessoas podiam ter pensado em algo assim, mas ninguém acreditou nisso! Existem algumas pessoas que dizem ter pensado nisso, mas não conheço nenhuma – só sei que, estávamos sentados no Mirage, e o Henry falou-me disto, e começamos todos a rir, e somos grandes amigos, então ele voltou-se, chamou-me e disse, "Vou fazer este projecto – não me importa o que vocês pensam". E depois começou-me a ligar todas as semanas a me contar a evolução do projecto. A ideia começou a avançar, e eu fui também andando com a ideia, e ainda bem que o fiz! Ele é um cavalheiro mais velho, mas ainda está afinado. Ele conhece as pessoas e sabe o que elas querem.

PN: Conta-nos sobre o teu papel na POKER-PROductions. O que é que fazes?

ME: Na POKER-PROductions fazemos praticamente todo o tipo de programa sobre poker. Eu e o Eric Drache, a companhia dele é a iCare consulting e a minha é POKER-PROductions, estamos a trabalhar exclusivamente um com o outro para trazer programas de poker de ideias que possamos vir a ter – por exemplo vamos trazer este e aquele jogador e fazer isto ou aquilo – falamos com os directores da televisão e patrocínios e depois convidamos os jogadores. Como muitos sabem, Eric é uma lenda de Las Vegas. Ele andava a empurrar as WSOP para a frente quando ainda não havia televisão e Internet. As suas ideias como começar satélites e coisas assim – durante 17 anos, ele empurrou o mundo do poker para a frente com um cavalo e carroça. Agora está na Internet à velocidade da luz. Ele é muito respeitado, o seu conhecimento é inigualável quando se fala de torneios – regras e regulamento.

Eu já sou um jogador profissional de poker há 20 e tal anos, jogando principalmente ring, e decidi basicamente – que nenhum jogador com a nossa experiência ia sair do poker para vir fazer televisão. Por isso começamos cada vez mais a ficar envolvidos nisto, e agora fazemos o Poker After Dark, High Stakes Poker e The NBC National Heads-Up Championship. Já fizemos muitos, muitos programas juntos.

PN: Qual é o critério para escolher os profissionais que são convidados aos torneios só de jogadores convidados?

ME: Basicamente, estamos à procura de jogadores que jogam bom poker. Em várias maneiras, não significa que sabem sentar-se e jogar com nuts. Bom poker, significando que conseguem ganhar com vários estilos diferentes. Jogadores que consigam mudar de estilo são muito excitantes de ver jogar. Um jogador como Daniel Negreanu é o exemplo perfeito. Ou Antonio Esfandiari. Reparem nesses dois, e o Phil Hellmuth por exemplo. Sammy Farha. Eli Elezra. Mike Matusow. A lista continua. Pessoas que conhecem o jogo, mas que se animam e criam um ambiente divertido porque não se pode só esperar por cartas. As cartas podem não trazer muito divertimento às vezes. Não queremos que toda gente comece a esperar pelas blinds subirem para começarem a ir all-in no fim do jogo. Estes jogadores conseguem criar situações do nada, mesmo que não venham grandes cartas. São esses os jogadores que procuramos.

Na segunda parte da entrevista que sai amanhã, Mori Eskandani fala sobre a UIGEA, os desafios sobre criar transmissões pay-per-view, e a quarta época do "High Stakes Poker" que está a caminho.

Nota Ed: Mike Matusow pode ser encontrado a jogar na FULLTILT POKER.

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