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Estratégia de Poker: Quando NÃO Deves Fazer Raise

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Como principiante no poker, uma das coisas fundamentais no poker é aprender o seguinte: se tens uma mão grande e sentes que é a melhor, faz raise. É um príncipio crucial que deves seguir, mas enquanto te desenvolves como jogador, irás perceber que existem inúmeros spots onde é melhor ir contra este conselho. O exemplo onde ilustramos isto será de interesse, se concordares com o raciocínio, verás que até os maiores jogadores poderão cometer erros que lhes sai caro.

Em qualquer exemplo verás, e deves inspeccionar se tens no mínimo 3 das seguintes 4 condições se aplicam. Se sim, o melhor será abrandares e passares a um simples flat-call.

1) Se tens uma mão grande, mas sentes que um raise poderá dar um sinal ao teu oponente quanto à força da tua mão. Ele deitará fora grande parte das mãos que vences.
2) Há hipótese, vendo a board e a força da aposta, que a tua mão forte esteja batida. Ao fazeres raise, poderás estar a comprometer-te com o pote com uma mão perdedora e ficar sem fichas.
3) Ambas stacks, tuas e do teu oponente são deep. Um cenário típico será comprometeres 15-20% da tua stack com um raise. No entanto, o teu oponente poderá escapar se estiver batido, enquanto que tu provavelmente estarás comprometido se ele tiver um das mãos que te vencem.
4) O maior perigo em decidir não fazer raise é claro, oferecer uma carta grátis. No entanto, deverá haver muito pouco risco com um flat-call que possa levar o teu oponente a melhorar a sua mão.

Os factores 1) e 2) combinados representam a maior razão pela qual deves medir a altura em que pensas fazer um raise - quantas mãos existem que possas bater e quantas te fazem call, comparado com o número de mãos que te vencem ( e que automaticamente te farão call). Se estas mãos perigosas pesam mais do que as mãos perdedoras com que o teu oponente continuaria em jogo, então deves tomar uma atitude conservadora e fazer o call.

O disfarce de um flat-call

Existem claro outros factores que favorecem um flat-call. Ao fazeres um call em vez de um raise, estarás a atribuir um range maior ao teu oponente. Isto pode induzi-lo a fazer value-bet com uma mão marginal no river, ou ainda melhor a continuar um bluff. Esta é uma oportunidade que estarias a negar ao teu oponente ao fazeres raise no turn. Este estilo de armadilha, no entanto, deve ser uma arma no teu reportório e não o plano de batalha; no geral, um jogo agressivo evita as cartas grátis e dá-te valor, sendo por isso um estilo vencedor.

Exemplo

O exemplo que ilustra os nossos príncipios vem de um programa de tv, o High Stakes Poker. Vejo-me a concordar fortemente com o comentário de que o raise de Guy Laliberte nesta mão seria perigoso.

Laliberte segurava 109, e juntamente com Sammy Farha, fez um call a uma aposta no flop com Q98 de Barry Greenstein, que tinha tomado a iniciativa de aposta com AQ. A sua recompensa chegou no turn com o 9 dando-lhe o trio, e a acção chegou-lhe depois de mais uma aposta de Barry e um grande raise de Sammy. (Farha estava na verdade a fazer bluff com J7 com gutshot straight draw, representando a mão que Laliberte segurava).

As stacks estavam perigosas; com $80.000 no centro da mesa e stacks acima dos $400.000, um raise de Laliberte provavelmente custava-lhe todas as suas fichas se tivesse azar. Podemos considerar aqui o factor 3).

Porque não fazer raise?

O turn foi óptimo para Laliberte - passou para a liderança, porque não fazer raise?

Laliberte tinha acabado de entrar no range de mãos realmente fortes. Crucialmente, estava mesmo no final do seu range; qualquer jogador com outro nove provavelmente teria melhor kicker, e claro ainda havia a possibilidade de straight e full-house na board.

Se olharmos para as condições 1) e 2), veremos que estão cumpridas. Existem mãos maiores para deixar Laliberte preocupado, e o seu raise permitia que qualquer mão que não estivesse realmente forte escapasse. Ainda para mais, o raise não estaria disfarçado, ao fazer este aumento a um check-raiser num pote com três jogadores é um movimento que demostra muita força, e daria a ambos jogadores o aviso de que Laliberte poderia estar na frente. Neste caso o que aconteceu, foi permitir que Farha terminasse o seu bluff.

Poderia ter dado a carta grátis?

Nunca é possível eliminar completamente a preocupação e uma carta grátis, mas a situação de Laliberte é das mais seguras que poderia ter. Num turn rainbow, não há o perigo de um trio ser batido por um flush.

O "trio seguro"

Laliberte segurava um tipo de mão que vale a pena ter cuidado, uma a que chamamos o trio seguro. Vem numa board connected, onde uma das duas cartas para straight - aqui um valete ou um 10 - seriam seguras para Laliberte. Um valete daria-lhe o straight, e um 10 seriam ainda melhores notícias. De facto, ele negou a chance de no river sair uma carta a seu favor - um 10 daria a Laliberte o Fullen, enquanto Farha completava o straight draw.

Verás "trios seguros" com mãos do género 76 numa board com 8664, ou KJ numa board JJT9. Esta flexibilidade normalmente oferecida apenas numa mão Omaha significa que deves encorajar futura acção ao fazeres apenas call.

A condição 4) é portanto aqui completa. O maior risco que Laliberte corria era ver Greenstein encontrar uma Q no river. No entanto, o perigo de duas outs não compensa o facto de tirar Greenstein do pote. Seria o valor do seu call, bem como o possível bluff no river de Farha que Laliberte perdeu nesta situação.

O seu erro, no entanto, poderia ter-lhe custado mais. Se te encontrares numa situação em que seguras um "trio seguro" mas poderás estar atrás, tira o pé do acelerador e opta pelo flat-call.

Name Surname
Stuart Rutter / Daniel Cordeiro

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