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"Viagens, o Poker e os WCOOP" por Nuno Mafra

nuno mafra

Ainda estamos no final de Setembro, 3 meses para o final do ano, mas o meu ano ao nível de poker acabou praticamente. Deverei jogar uns 2 ou 3 Domingos até ao final do ano e pouco mais. Daí ter resolvido fazer um resumo dos WCOOP (World Championships of Online Poker) e do meu ano 2015. As minhas primeiras grandes series em que estive envolvido a 100% e o meu 3º ano como jogador de poker, respetivamente.

Como a maioria de vocês sabe eu tirei o ano de 2015 para aproveitar a vida, viajar e ‘trabalhar’ mais o lado pessoal. Houve muitos prós e alguns cons.

Numa altura da minha vida em que tinha 25, agora 26 anos, senti que era uma fase em que podia e devia aproveitar o tempo e o meu espírito de aventura, para partir, viajar e conhecer o Mundo, desafiar-me !!!
Após 2013, o ano em que comecei a jogar poker e vi que tinha jeito para a coisa e 2014, onde evoluí e solidifiquei-me enquanto jogador profissional de poker, 2015, vinha na sucessão com grandes expetativas.

Sentia realmente que era o ano em que ia fazer a diferença e que a evolução ia levar-me a resultados de grande relevo. Ia ser o boooooom poker-wise.

A decisão estava então, entre, trabalhar arduamente e dedicar-me ao poker a 100% em 2015 e ir viajar durante 1 ano e levar o poker mais como uma 2ª opção. Optei pela parte pessoal e não estou nem minimamente arrependido.

Decidi viajar para o outro lado do Mundo e aqui estou eu na Austrália, em Perth, depois de já ter passado por Melbourne, por Sydney, visitado a Tailândia, a Indonésia e de ter feito umas quantas Road Trips pela Austrália. Nos 3 meses que faltam irei ainda à Nova Zelândia, mais uma Road Trip pela Costa Este da Austrália, Singapura e depois estou de volta a Portugal para o Natal. Depois.. depois logo se vê por causa da regulamentação. Mas o plano passará por em 2016 os planos se inverterem, poker e a família passar para 1ª opção e a vida pessoal de viagens passar para 2ª opção.

Como resumo dos WCOOP, tivemos 5 deep runs onde fizemos last 50, onde o destaque dos resultados vai obviamente para o 4º lugar no WCOOP-4. Com ainda dois torneios por concluir, isto deve-me deixar no top100 da LeaderBoard dos WCOOP, estou em 59º de momento. Apesar de isto só dar dinheiro ao dez primeiros, não deixa de ser algo de que me orgulhe porque é uma classificação que premeia a consistência ao longo das 3 semanas nos eventos das series.

Transformando isto mais em números:
Dos 22dias dos WCOOPs, joguei em 15 dias um total de 281 MTT’s (multi-table-tournaments) , ITM (in the money) em 19.57%, ROI (return of investment) de 381.78%, 6 dias no verde, 8 dias no vermelho e um dia break-even.

O planeamento das sessões não incluía um grande volume de torneios por duas razões: A primeira, não ter um monitor extra ligado ao computador e daí só estar a jogar com o espaço do ecrã. A segunda razão é que como ia jogar buy-ins mais elevados optei pela concentração e qualidade em poucos torneios. Posto isto jogava uma média de 4-6 torneios ao mesmo tempo que chegava aos 8-9 no máximo. E a verdade é que me senti muito confortável a jogar assim.

Como iam ser as minhas primeiras grandes series em que ia estar 100% focado para jogar, procurei estar o máximo confortável relativamente a tudo o que girava à minha volta. Aluguei um quarto longe da confusão da cidade, no silêncio e calmaria dos subúrbios. No entanto, não procurei demasiado conformismo.

Continuei a fazer as minhas compras, a fazer todas as minhas refeições saudáveis e fiz cerca de 2-3 treinos físicos por semana para além de andar de bicicleta para todo o lado. Penso que mentalmente este conforto permitiu-me contrariar o handicap de ter de estar muitas horas acordado de noite, o facto de só começar as sessões perto da meia-noite e algumas delas a acabarem perto das 2h da tarde não é nada benéfico para o nosso corpo e mente. Como me correu bem, é obvio que estou motivado e é nesta onda que vou para 2016.

Relativamente ao ano de 2015, o volume de torneios foi claramente menor que em 2014, cerca de 2/5 do volume de torneios de 2014. No entanto o valor de buy-in médio subiu consideravelmente porque não havia muita ação nas sessões de madrugada que fazia e o field era claramente mais fraco que o field da tarde (isto de tardes e madrugadas é tudo relativamente ao horário de Portugal). Apesar de viajar estar em primeiro lugar havia períodos onde conseguia estar alguns dias seguidos a jogar, mas apenas posso dizer que nos meses de Fevereiro/Março (4 semanas) e no mês de Setembro (3 semanas) isso aconteceu. 7 semanas no total das 53 do ano.. pois.

Resumindo e metendo uns números ao barulho:

  • Dos 9 meses até agora do ano, joguei em 7 deles.
  • 5 meses terminaram no verde e 2 meses no vermelho.
  • Joguei 2131 MTT’s, com ITM de 17.04% e ROI de 99.45%.
  • Jogue ainda 2 eventos dos Aussie Millions e alguns eventos nos Sydney Festivals mas "blanquei" tudo.

Retirando agora os números e olhando apenas para o jogador.

Houve uma evolução nos métodos de preparação, no estudo do jogo e isso refletiu-se na confiança e qualidade de poker que tive. Talvez a adversidade se tornou n’algo positivo. Quando tinha tempo para jogar, tinha, sei lá, 95% dos dias imensa vontade de jogar, de aplicar aquela técnica que vi naquele vídeo, de experimentar aquela jogada, etc. tinha muita muita vontade de jogar e de evoluir. Para aqueles que agora estão sem jogar acho que é isso que devem sentir. Se não sentem.. é porque está na hora de procurarem outro trabalho talvez.

Definitivamente, a aposta no enriquecimento pessoal foi a decisão certa que tomei para o ano de 2015. E depois de saber que o poker fechou em Julho em Portugal uiii… Mas, mesmo assim nenhum dinheiro pagará a aventura, os amigos, os lugares, as culturas que conheci. Se alguma dia estiverem na dúvida se o devem fazer ou não, lancem-se e quando estiver do outro lado do Mundo decidam se realmente é para continuar ou não.. eu já vou para o 9º mês.

Nunca será mau saírem da zona de conforto.

Um abraço, Nuno ‘nmafra7’ Mafra.

Podes ler mais sobre o Nuno no seu blog.

Sharelines
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