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Onde andam eles agora: Steve Dannenmann, November Niner de 2005

Onde andam eles agora: Steve Dannenmann, November Niner de 2005 0001

Provavelmente a mais irónica ou pelo menos a mais vista mesa final das World Series of Poker de todos os tempos foi a de 2005 quando um massagista Australiano bateu um field de 5,619 jogadores para reclamar o campeonato do mundo e ganhar $7.5 millhões.Joe Hachem tornou-se a estrela da noite, que continua a brilhar no mundo do poker; contudo, se as cartas fossem outras, outro homem poderia ter ostentado a bracelete de ouro. Claro que estou a falar de Steve Dannenmann.

Se assististe à mesa final das WSOP 2005, de certeza que te lembras dos feitos e do impressionado Dannenmann. O contabilista de Maryland estava simplesmente feliz por estar ali e estava a tentar "passar uns bons momentos". Foi o seu primeiro evento de poker e Dannenmann agiu como se estivesse sentado em casa a jogar para $20. Foi essa atitude, aliada ao seu comportamento infantil e alheado, que cativou mihões, tornando-o o homem comum desse ano.

A mesa final das WSOP 2005 estava preenchida com individualidades como Mike “The Mouth” Matusow, Andrew Black, Scott Lazar, e Aaron Canter, mas nenhum foi tão memorável como Dannenmann (com a excepção de Matusow). Nós conversámos com Dannenmann para descobrir o que ele tem feito desde 2005 e como a mesa final mudou a sua vida.

Desde a sua aparição na Mesa Final do Main Event das WSOP 2005, o que tem feito?

Absolutamente nada mudou na minha vida. Faço tudo o que costumava fazer. Parece aborrecido, não parece? Eu tenho um escritório de contabilidade em Glenburry. Estou no negócio há 21 anos, e na realidade nada mudou excepto o facto de jogar mais torneios de poker. Eu estava a jogar mais de $10,000 na altura e depois disse, "Eu tenho que fazer demasiados impostos para compensar os $10,000,” por isso recuei. É claro que não existem assim tantos torneios de $10,000 por aí, por isso não jogo assim tanto poker. Vou ao Borgata e a Vegas, e é basicamente isso.

Eu jogo o meu home game. Tenho usualmente um home game à quinta ou quarta de cada semana, excepto na altura de verão porque estou muito ocupado na praia e a passar um bom tempo.

Esteve este ano nas WSOP?

Tive. Correu muito bem este ano, consegui passar ao dia 3. Não fiz cash nenhum, mas joguei o terceiro dia [do Main Event]

Quanto à celebridade, a mesa final do WSOP 2005 levou-o até à fama?

Yeah, todos os dias da minha vida sou reconhecido por alguém. Onde quer que eu vá, mas não faz mal. Na semana passada eu estava nas Bahamas e estava um grupo de policias de New Jersey que me reconheceram. Seja onde for que eu vá, há quase sempre alguém que me reconhece diariamente, e Joe Hachem disse, “Ninguém nunca se lembra do segundo lugar.”

Falando de Hachem, mantem o contacto com ele ou com mais alguém da mesa final?

Todos fazem a mesma pergunta, mantem contacto com Joe? Está sentado numa mesa de poker, acaba, e cada um segue o seu caminho, não há troca de números. O que faria, ligar-lhe e dizer, "Hey Joe, como está tudo? Como vai a família?" Na realidade ninguém se importa. Para responder à questão, não não mantenho contacto.

Vejo o Joe nas salas de vez em quando e digo, "Hey Joe, como vai isso.” Paguei-lhe um jantar uma noite de forma anónima, ele nunca me agradeceu, mas também ele nunca soube. Foi uma conta de $2,000, há cerca de dois anos num restaurante italiano no Rio.

Cruzo-me por vezes com Matusow. Eu vi o Matusow este ano no Rio durante as WSOP nas casas de banho. Ele disse, “Steve, como vais? Por onde tens andado? Não te tenho visto em lado nenhum” Ele disse isto tal e qual como se de uma única frase se tratasse, e acrescentou “Eu só tenho $400,000. Estou falido. Como é que vou sobreviver a esta coisa da Full Tilt?”

Eu respondi, “Não sei, Mike, talvez arranjar um emprego como as outras pessoas fazem.”

Além do poker, o que tem feito?

Actualmente faço muitas transações imobiliárias, troco casas. O que é tão fantástico, fiz 40 casas. Compro casas hipotecadas, depois contrato empreiteiros para tratar delas, e depois vendo-as logo de seguida.

Sempre que vendo uma casa, é o mesmo que fazer de cada vez o dinheiro de uma mesa final. Talvez não uma World Series, mas um evento de um bom tamanho. Sempre que vendo uma casa, sei que estou prestes a entrar na mesa final. Quer seja um grand slam ou uma boa dobra, é simplesmente fantástico.

Isto do poker... o poker aborrece-me. Estás ali sentado numa mesa com 10 pessoas, tudo bem, e provavelmente dois ou três são realmente inteligentes, que realmente podem manter uma conversa com sentido. Os restantes só se interessam por poker, são mal humorados, e se não ganham dinheiro, se começarem a ter bad beats, eles pensam que são os melhores jogadores do mundo e que deveriam ganhar o torneio. Geralmente são pessoas mal humoradas na maior parte do tempo.

Estou lá para me divertir. As pessoas perguntam-me o que eu faço para me divertir. Eu jogo poker para me divertir. Eu trabalho para ganhar dinheiro, e jogo poker para me divertir.

Quando fez mesa final, teve alguma aproximação por parte de sites online para patrocinio?

Não, ninguém veio falar comigo. No, no one came up to me. À epoca, alguém fez uma declaração muito interessante. Ele disse que 2005 foi o melhor ano de sempre no poker até à mesa final porque nessa altura estavam um ou dois jogadores a usar patches. Os outros não tinham patches, eles na realidade tinham personalidade. Andrew Black tinha uma personalidade, Matusow, eu próprio, Joe tinhamos uma personalidade. Scott Lazar, todos os jogadores tinham uma personalidade.

Agora, olhamos para a mesa final e as suas personalidades estão escondidas atrás dos seus patches . . . Estes patches arruinaram o poker, não o verdadeiro significado, mas toda a história do poker....nunca me verão com um patch.

Como foi jogar o heads up contra Hachem?

A verdade da questão é que eu li o livro de Dan Harrington três dias antes de começar o torneio, e quando cheguei à parte sobre heads-up pensei, “para que raio é que preciso disto? ” É uma história verídica [risos]. Eu fui escrevendo notas enquanto lia o livro à beira da piscina, quando cheguei à parte do heads-up pensei, “Para que é que eu quero ler isto, tenho é de conseguir passar do dia 1.”

Durante a mesa final usou um pequeno globo que se tornou bastante reconhecido. Ainda o tem?
Tenho, está na verdade pousado neste momento na minha ilha porque eu estava a desempacotar a minha mochila das WSOP. Eu levo-o sempre para as WSOP. Na verdade estou a olhar para ele neste preciso momento, e ainda ali está. Acha que posso vende-lo no eBay e conseguir algum [risos]? Mas então eu estaria a deitar fora a minha sorte. A propósito, eu não fui bom, eu tive sorte, eu prefiro ter sorte todos os dias da semana.

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Silvia Almeida

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