Entrevista PokerNews: Katja Thater
Katja Thater é uma femme fatale com um sotaque Alemão. Ela sobressai entre os profissionais de poker porque tem charme e é faladora, mas é só negócio quando está na mesa! O seu olhar é o teu fim!
Apesar de ter sucesso nos jogos de high stakes na Alemanha, Thater tem tido grande, mas não registado, sucesso nos torneios na Alemanha – mas devido à falta de cobertura não são públicos. Ela conseguiu a atenção da POKER STARS bem cedo. A maioria do sucesso tem vindo depois de ser patrocinada, com um quinto lugar no EPT Varsóvia na última temporada, quinto no evento de senhoras nas WSOP de este ano, e a sua primeira bracelete no evento $1,500 de Razz. Thater é agora a campeã do mundo de Razz. Parece ser um título estranho de ter, Thater orgulha-se disso.
PokerNews: Como é que sente, dois meses depois, saber que foste das poucas a levar uma bracelete das WSOP?
Katja Thater: É excelente ser campeão do mundo. Sinto-me bem. Gostei de ter ganho este torneio forte e de agora ter o título de Razz. É como um "Oscar" em Hollywood. Ganhá-lo é lindo, mas o "Oscar", a bracelete em si – bem – tem mais um valor idealístico. Uma pequena dica para a Harrah's à parte: só para a eventualidade de uma mulher ganhar um evento das WSOP, por favor tenham braceletes que nos sirvam de todas as maneiras.
A minha vida não mudou. Eu acordo de manhã – normalmente bem disposta – preciso de muito café para o meu cérebro começar a funcionar para trabalhar, e a atenção dos média está ao mesmo nível.
PN: Umas horas antes do Dia 2 acabar, levaste um golpe, e ficaste reduzida a 9,000 fichas. Que foi que aconteceu?
KT: Bem, isso foi da vez que Men The Master [Nguyen] veio para a nossa mesa. Tínhamos uma mesa simpática mas difícil com Mickey Appleman, Barbara Lewis e Mark Vos. Men tinha alguns apoiantes lá por perto – embriagados como ele. Jogou e comentou em todas as mãos e apanhava muitas cartas. Quero dizer como é que podes fazer re-raise com o Rei à mostra? Isso custou-me muitas fichas. Mas tentei manter-me na mesma estratégia e, graças a Deus, funcionou.
PN: Nessas últimas duas horas desse dia, fizeste uma grande recuperação, aumentado o teu stack para dez vezes mais. Algumas mãos memoráveis para chegar lá?
KT: (risos) Como é que se pode lembrar de uma mão de Razz? Ainda bem que me esqueci das dores de cabeça de tensão. Este jogo é tão louco. Tu nunca tens mais vezes três ou dois Reis do que em Razz. Mas lembro-me que maior parte dos jogadores estavam cansados e frustrados no fim deste dia. Não é de admirar: Mais de 28 horas de Razz. E por isso, comecei a aterrorizar a mesa. A agressividade é uma boa ferramenta nesta situação.
PN: Chegaste ao Dia 3 como quarta em fichas, com cerca de um quarto das fichas do chipleader. Como é que chegaste à final table?
KT: Bem, Brad [Willis] do blog da PokerStars perguntou-me no fim do segundo dia. "Como te sentes?" e "Qual é a tua estratégia?" Como sou uma pessoa de tomar decisões rápidas, só lhe disse "Vais ver – Vou ganhar isto."
Conforme sentámo-nos e começamos a jogar estabeleci uma estratégia para cada jogador. Não vou desfazer nenhum segredo, mas funcionou.
PN: Como te sentiste a ir heads-up com Larry St.Jean?
KT: Gosto de jogar heads-up. Costumo fazê-lo on-line. Foi um prazer jogar com ele. Ele é manhoso e inteligente. Este heads-up foi sofisticado e demorou um pouco. Ambos gostamos. É diferente do No-Limit Hold'em e all-in… all-in… all-in. É preciso mesmo jogar poker.
PN: Na última mão, Larry St. Jean fez reraise na sexta rua com apenas mais 25,000 por trás e X-X-10-5-7-8 à mostra contra o teu (2-8)-9-3-5-3. Demoraste um pouco na tua decisão. O que é que te passou pela cabeça?
KT: A minha decisão demorou porque sabia que esta podia ser a última mão e não queria cometer um erro. Larry é um jogador inteligente e não desperdiçaria as suas últimas fichas fazendo reraise com uma mão baixa de 10-9. Por isso sabia que a mão dele provavelmente conseguia bater a minha de 9-8.
E já agora: Demorar algum tempo para tomar decisões é sempre uma boa escolha…
PN: Tiveste algum sucesso antes de assinares pela POKER STARS em 2006, mas nada de espectacular. O que achas que lhes atraiu atenção?
KT: Acho que foram vários factores juntos. Em primeiro lugar, a PokerStars é uma companhia que não demora muito nas suas decisões e é muito inteligente. O mercado alemão para o poker é grande. A PokerStars apercebeu-se disso bem cedo, e decidiu numa cara para mercado – uma mulher bonita que joga um poker respeitável. É uma boa mistura.
O meu sucesso até 2006 não foi assim tão pequeno. O que acontece é que os resultados de torneios alemães não podem ser listados oficialmente. Os casinos na Alemanha não podem publicar resultados por causa de razoes de privacidade e segurança de dados. Joguei desde o primeiro dia com bons resultados.
Isto foi mais uma razão para Michael Keiner me por na equipa Alemã para a Poker Nations Cup. Este foi o meu primeiro grande torneio e correu-me bem. Mostraram no canal 4 e em algumas redes de canais alemães e muita gente viu. Por isso atraiu atenção e muita oferta. Eu decidi pela PokerStars, e estou muito feliz com eles. É uma grande companhia e o melhor é que nem tenho de mentir em entrevistas… (risos) É de facto, o meu site preferido, e estou orgulhosa de vestir o seu logo.
Eu tento ganhar a sua confiança e acho que me tenho safado até agora. Eu joguei a minha primeira temporada no EPT e acabei com um bom resultado. Ao todo, joguei 15 eventos das WSOP na minha vida e mostro bons resultados.
Por isso – o que quero dizer é: [Um jogador da PokerStars] é um jogador inteligente e tem muitos bons 'reads'… (risos)
PN: És dos jogadores mais conhecidos na Alemanha. És reconhecida na rua? Como é que ser uma celebridade no teu país te tem afectado?
KT: Bem, às vezes é um pouco estranho para mim estar a dar autógrafos logo de manhã no supermercado. Mas se as pessoas estiverem a olhar e a sussurrar – não é nada de novo para mim. Pergunto sempre ao meu marido: "Tenho alguma coisa no nariz?"
A maior parte das pessoas que conheço – especialmente ao vivo – são muito simpáticas. Eu gosto de falar e sou uma pessoa muito sociável.
Claro que também encaro inveja e má disposição, maior parte das vezes por pessoas anónimas na Internet. Mas faz parte de ser famoso. Eu fico na mesma e encolho os ombros se alguém me tenta irritar. Porque sei porque o fazem. Tenho tudo o que um jogador de poker sonha em ter: Um grande patrocinador, um bom contrato, posso viajar pelo mundo para lugares fantásticos e jogar poker.
PN: És casada com um profissional de poker Jan Von Halle. Fala-me um pouco do que é estar casada com outro profissional. Jogam os mesmos torneios? Costumam competir por uma boa mesa de ring?
KT: É excelente poder partilhar o amor e vida com Jan. Ele foi um dos que me trouxe para o poker. Estamos agora casados há 9 anos e muito felizes. A nossa coabitação é de facto um pouco diferente das outras pessoas. Nós não falamos de pasta de dentes nem como fechá-los correctamente – nós partilhamos a nossa vida. Nós trabalhamos juntos, vivemos juntos e somos parte um do outro.
Katja e Jan
O Jan – Graças a Deus – não é muito ciumento. Eu sou uma pessoa muito social e conheço muitas pessoas. Sobretudo homens – Poker ainda é um mundo dos homens. O nosso colega Marten disse que demora sempre o dobro do tempo para atravessar uma sala de poker quando está comigo. Tem piada, mas é verdade.
Claro que eu e o Jan discutimos mãos e estratégias. Ele está sempre do meu lado se for preciso – tal como eu. Dar apoio é muito importante connosco. Seja o que for e porque for.
Tentamos não nos sentar na mesma mesa. Nenhum de nós gosta. Infelizmente na Alemanha às vezes só tem uma mesa aberta para o nosso limite. É só por isso que nos sentamos juntos por vezes. Mas se tivermos de escolher: Não.
PN: Tiveste um fantástico 2007 – quinto no EPT Varsóvia, quinto no evento para senhoras nas WSOP, e primeiro em Razz. Qual é o teu próximo evento, ainda vais ficar na Alemanha ou vais jogar mais eventos nos Estados Unidos?
KT: A minha agenda é a seguinte: Para a semana começa a quarta temporada do EPT e vou tentar jogar todos os eventos. O EPT tem lugar nas mais bonitas cidades da Europa e estou positivamente ansiosa pelo início. Barcelona é a primeira paragem. Tenho muitas boas memórias desta cidade. Foi o meu primeiro evento do EPT no ano passado e enfrentei muita atenção pouco usual (câmaras, entrevistas, fotos, outros jogadores), apesar de ter jogado um bom torneio. E em segundo lugar, vivi em Barcelona durante 2 anos, e fico sempre feliz por voltar a essa cidade.
Depois do EPT, provavelmente irei jogar as WSOP no próximo Verão. Durante isso jogo ring on-line na PokerStars, e vivo nos casinos Europeus. Os jogos ring ainda são o meu ganha-pão.
Infelizmente, os Estados Unidos não ficam ao virar da esquina. É muito longe para viajar rapidamente para um torneio.
Nota Ed: Katja Thater ganhou uma bracelete nas WSOP e é patrocinada pela maior sala de poker do mundo, a POKER STARS!