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Estratégia - Pares Baixos, Pares Médios e Sets

Estratégia - Pares Baixos, Pares Médios e Sets 0001

Esta semana iremos falar sobre como jogar pares baixos. Para limites mais baixos, podemos incluir 99 e 1010 como pares baixos. Em limites mais elevados, $2/$4, e especialmente $3/$6 e superiores, estas mãos têm que ser jogadas como "overpairs". Contudo, neste artigo, iremos abordá-las como pares baixos. Na minha opinião, nos cash games, não podemos fazer uma distinção entre pares baixos e pares médios. Jogas 88 do mesmo modo que jogarias 22.

A força de um par de mão, não consiste em jogá-lo como tal, o objectivo é fazer um set. Se estiver a jogar 22 e não bater um 2 no flop, essa mão acabou para mim. Assim se estiveres a jogar pares baixos, deves jogá-los sempre em "set-mining".

Os sets são jogadas muito poderosas em No Limit Hold'em. Enquanto, os adversários detectam facilmente, flush's e trios, na maior parte das vezes não se apercebem dos sets. Não deves esquecer, nunca, que os sets são muito rentáveis. Quase sempre, ganharás um buy-in contra overpairs e muitas vezes também contra TPTK (Top-Pair Top-Kicker). Os adversários têm mãos fortes que não vão abandonar facilmente, e quanto mais forte pensares que é a mão do teu adversário, mais agressivamente deves jogar o teu set.

Vamos começar com o básico. Como jogar pares de mão? Como disse anteriormente, jogo pares de 22 até TT em "set-mining". Isto, porém, não significa que precisas de fazer sempre limp dos teus pares de mão pré-flop. Dependendo da posição, podes fazer raise, mas focarei este ponto mais à frente. Na maioria das vezes faz sentido fazer limp com um par de mão. És dos primeiros a falar, ou vários jogadores já fizeram call? Faz limp! Não precisas afastar jogadores do pote. Se bate o teu set, na maioria das vezes já tens a melhor mão, logo, quanto mais jogadores estiverem no pote, maiores são as probabilidades de um deles também ter uma boa mão e com isso te rentabilizar o pote.

Mas e se alguém fizer raise pré-flop? Regra geral deves utilizar a "regra dos 10%", ou seja, se um jogador raisar até 10% da sua stack, podes fazer call. No entanto, se ele tiver uma stack maior que a tua, só deves fazer call se o raise dele for inferior a 10% da tua stack. Existem cerca de 12% de hipóteses de acertares um set, portanto tendo em conta a quantidade de vezes que o adversário tem overcards, que a mão é checkada até ao river, ou tens 33 e o flop é: 254 e ganhas com um straight ou coisa do género, usar a regra dos 10% será sempre um bom princípio.

Acertámos um set, como devemos proceder? Quando bate um set, é muito importante olhar para textura da board. Tens um monstro nas mãos, mas esse monstro, pode ser muito vulnerável contra draws. Logo, deves jogar o teu set 99 mais agressivamente numa board J97 do que numa board 952. Na primeira board há uma grande probabilidade do adversário melhorar a sua mão, fazendo um flush ou uma sequência. Assim, tens de proteger mais a tua mão, como? Apostando mais forte. Contudo, não significa que no exemplo da segunda board devas fazer slowplay. O slowplay de sets geralmente traz dissabores, e o teu objectivo é ganhar o pote ou se possível, a stack. Checkando o turn e o river nunca ganharás stacks. Só ganhas um grande pote se o teu adversário também tiver uma boa mão, e se ele tiver, vai fazer call à tua aposta no flop. No entanto, no segundo exemplo, se o raiser inicial apostar no flop, farei apenas call. Faço isto não porque quero fazer slowplay do meu set, mas porque não quero afastar o meu adversário do pote. Em boards como esta, o teu adversário não tem muitas mãos nas quais te possa colocar, não há flush draw nem straight draw, não vale a pena tentares colocar o teu adversário all in. Tens três rondas de apostas para o levares a esse ponto, é importante levares o adversário a apostar ao longo da jogada para que fique pot committed. Se chegares a este ponto, ele já investiu tanto no pote que não quererá foldar nunca.

Exemplo:

Estás numa mesa de $0.50/$1 e tens na mão 99. O teu adversário raisa para $4 pré-flop. Ambos têm stacks de $100, logo é definitivamente um call. A small e a big blind também fazem call e no flop temos: 952, o que é perfeito. Após as blinds fazerem check, o raiser inicial faz uma continuation bet de $12 num pote de $16. Fazeres re raise nesta situação poderia ser-te fatal, não só mostrarias a força da tua mão numa board como esta, como também farias que os jogadores das blinds vissem essa força e foldassem facilmente. Estarias a dizer alto e bom som que tens uma mão tão forte que não te importas com o que as blinds vão fazer. Por isso, nesta situação, apenas farias call. Infelizmente as blinds fazem fold e iremos ver o turn em heads-up. No turn sai um 10, e o pote é agora de $40. O adversário continua com uma stack de $84 que nós queremos que vá para o pote. Neste momento, ele sente-se um pouco assustado e faz apenas check. Nesta altura já temos que pensar no river. Estamos a tentar stackar o nosso adversário, logo, precisamos fazer uma aposta que seja grande o suficiente para ele fazer call no river , mas não demasiado, fazendo-o foldar no turn. Se fizermos uma aposta de $30, ele irá certamente fazer call se tiver um overpair. Se foldar, é porque não tinha um overpair e não te deves sentir mal pela forma como jogaste a mão. Se ele fizer o call podes ter a certeza que tem um overpair. No river o pote é de $100, e depois dele fazer check e tu ires all-in, ele apenas precisa fazer um call de $54 para ganhar um pote de $154. Não acredito que existam muitos jogadores, especialmente nestes limites, que larguem os seus reis nesta situação. Este é um bom exemplo "milk-betting" e de como fazer o seu adversário ficar pot comitted .

Agora, outro exemplo:

Tem na mão 99 e no flop sai J97. Fantástico, flopaste um set, mas é uma board perigosa. Vamos assumir que a acção pré-flop é a mesma que no exemplo anterior, logo temos como adversários as blinds, que fazem check, e um jogador que faz raise de $12 pré-flop. Nesta situação não nos podemos dar ao luxo de deixar os jogadores verem uma carta de graça. Todas as copas são perigosas e certamente que não queremos ver um 10 ou um 8. Vamos proteger a nossa mão e comandar a acção. Se alguém tiver um flush draw as hipóteses de nos puxarem o all in são grandes. Tendo em consideração o dinheiro que já está no pote, e sabendo que ganharemos 2 em cada 3 mãos numa situação destas, não podemos fugir dela.

Assim, se o raiser inicial apostar $12, nós fazemos re raise para $40. Não nos interessa que algum dos nossos adversários vá all in, nós não foldaremos nunca. Contra um dos jogadores das blinds o call ainda é mais fácil, mesmo com uma board destas. Só para dar um exemplo, um jogador nas blinds pode ir all in com uma mão do género: J9, 97, 77, em flush draw, e como é claro, com JJ e 108 mas é um risco que temos de correr. Ao menos tem a consciência tranquila, não deixou o seu adversário ver cartas de borla no turn.

Estes são 2 exemplos, um numa board segura e noutra um pouco mais perigosa. Na primeira board apenas nos temos de preocupar em conseguir angariar a maior quantia de dinheiro que conseguirmos para o pote. Na segunda, temos de ter atenção ao decorrer da jogada e não deixar que os nossos adversários vejam cartas de borla, assegurando que vencemos o pote o mais cedo possível. A ideia que tento passar é simples, foldar um set é uma heresia. Existem situações excepcionais onde é possível que se folde um set, mas são raras as situações e só acontecem em limites mais altos.

Vamos agora discutir o raise pré-flop. Como já disse anteriormente, o valor de acertar um set num limped pot é muito maior do que quando raisamos pré-flop. No entanto se ninguém raisou o pote até ser a sua vez de jogar, pode considerar fazer raise se estiver em boa posição. Na maior parte das vezes conseguirá levar o pote, fazendo uma continuation bet no flop, tal como faço muitas vezes com AK e outras overcards. Se realmente acertou num set, melhor ainda, pois os seus adversários pensam normalmente que você tem um overpair na mão.Com este tipo de jogadas a sua imagem vai ficando mais agressiva aos olhos da mesa, o que trará benefícios a jogar overpairs em situações futuras.

A única desvantagem, é sem dúvida alguma, o facto de só acertar um set 1/8 vezes. Caso não acerte, e estejam overcards na board, terá de fazer bluff para ganhar o pote. É por este motivo que raisar pares de mão pré-flop se enquadra num estilo de jogo LAG ( Loose Aggressive). É uma escolha que se faz. Resulta senão existirem limpers no pote ou se estiver no botão. Estou convencido que se ninguém fizer limp, o botão tem apenas 2 opções: raise ou fold. Fazer limp no botão, apenas contra as blinds, é das jogadas mais passivas que se possa imaginar.

Como depreenderá do título deste artigo, este artigo fala de pares de mão de 22 até TT e de sets. Claro que existe também a situação onde acerta um set com um par alto na mão. Isto soará familiar a toda a gente: faz raise de 4 BB's e recebe 5 call's. Estava à espera que alguém fizesse re raise, mas ninguém o fez. O flop é: 67 e A BOOM! Nuts! E agora o que faz?

Normalmente eu jogo esta mão como jogaria um par de noves. Se o flop trouxer muitos draws, como neste exemplo, não faço slowplay e faço uma bet de cerca de 80% do pot. Por outro lado, se o flop for algo do género: A22, faço slowplay e espero que o meu adversário faço full house também, por exemplo, saindo um 9 no turn. Não tem necessidade de pressionar os seus adversários se o destino da mão está selado. Se tivermos este flop: AQQ, aí a agressividade terá de ser maior pois, é mais provável que o seu adversário tenha uma dama do que um duque, especialmente depois deter pago um raise pré-flop. Deve tentar saber sempre o que é que os seus adversários acertaram na board e apostar consoante essa leitura.

Um exemplo que mostra que é errado fazer slowplay é o seguinte, o flop é: QQ2 e você tem 22. Num flop destes você acabará all in 90% das vezes. A única hipótese que você tem de ser pago é algum adversário ter uma Q, caso ele não tenha, aquilo que você fez foi dar-lhe a hipótese de fazer um full house superior caso ele tenha um par de mão maior que o seu. Jogue estas mãos de forma agressiva e certamente será pago por um jogador que tenha uma Q. Se o seu adversário tiver um par maior que o seu ele pensará: "Mas que idiota joga a sua dama de forma tão agressiva?" Os meus ases estão à frente dele de certeza!". Desta forma, assegura-se que ganha a mão, a menos que leve um suckout, irá stackar sempre adversários que tenham uma dama na mão, e fará bom dinheiro contra adversários com pares mais altos que o seu.

Penso que a mensagem neste artigo é bastante clara, se fizer um set estará a jogar para stackar o seu adversário. Não os jogue devagar demais e pense sempre naquilo que o seu adversário poderá ter na mão, faça-o pagar bem caro os seus draws.

Foi um prazer…

RaSZi

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