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Estratégia Poker: H.O.R.S.E. - In the Mix -- Squeezing nas Big Streets em Hold'em

Estratégia Poker: H.O.R.S.E. -  In the Mix -- Squeezing nas Big Streets em Hold'em 0001

Nas últimas semanas temos reflectido porque está na hora de começar a jogar mixed games, sobre algumas considerações básicas e necessárias quando jogamos torneios de mixed-games e sobre os ajustes necessários a fazer para cash game mixed-games. Em virtude da maior parte dos jogadores, quer de torneios ou cash, da actual geração de poker apenas se interessar por Pot-Limit ou No-Limit e evitarem o Fixed-Limit, esta semana vamos analisar uma mão de Fixed-Limit Hold'em, um jogo quase sempre incluído em todos os formatos de mixed-games e focar alguns pontos importantes de forma a ganharmos ou salvarmos um grande número de fichas enquanto jogamos mixed-games.

As consequências de jogarmos mixed-games em Fixed-Limit são bastante diferentes das que enfrentamos em Pot-Limit ou No-Limit. Por um lado, os draw's são uma componente muito importante no jogo, principalmente numa mesa com muitos jogadores loose. Já o bluff, embora possível, torna-se numa arma muito mais difícil de utilizar. Temos que escolher o spot e a altura certa para que este tenha sucesso, fazer um grande raise no turn ou no river fazendo com que o nosso adversário tenha de colocar todas as suas fichas na mesa, sem dúvida que não é uma arma presente no arsenal de um jogador de Fixed-Limit. Por último, e talvez mais importante, poupar uma grande aposta quando estamos batidos ou optar pelo Squeezing quando estamos à frente torna-se crucial para o sucesso em Fixed-Limit.

Para ilustrar um exemplo de como salvar uma aposta ou optar pelo Squeezing, consideremos uma mão que joguei recentemente em Fixed-Limit Hold'em. Estava na mesa à pouco tempo quando recebo 77 em late position. Quando a acção chegou até mim, já três jogadores tinham feito limp, optei pelo call em vez de um raise.

Com o check da Big Blind, partimos para o flop em five-handed. Este trouxe boas noticias para mim 942. Depois de todos os jogadores fazerem check até mim, apostei e esperei para ver qual a resposta dos meus adversários. Apenas um jogador em middle position fez call. Já tinha alguma informação sobre esse jogador, pois já o tinha observado recentemente e tinha-o rotulado de weak player.

No turn veio outra boa carta para mim 9. Ao contrário do que estava à espera, desta vez ele apostou e eu tive que parar e ponderar qual o range de mãos que ele poderia ter. Dificilmente teria um nove na mão. Se ele tivesse um nove provavelmente teria apostado no flop e se optasse pelo call com uma mão do género 109 provavelmente faria check no turn na esperança de um check-raise sobre mim. Também equacionei um trio de quadras ou um trio de duques, pelas mesmas razões. No caso de ele ter o trio, o turn dava-lhe um full house, e como eu estava a representar um nove na mão com a aposta no flop, não teria razão para pensar que eu não apostaria no turn. Como não houve raises pré-flop assumi que não estava perante um par alto. As últimas três opções seriam: um par médio; uma tentativa de bluff com duas overcards; ou algum tipo de draw.

Muitos jogadores nesta situação, abrandariam e passivamente fariam call até ao river na esperança que os dois pares, noves e setes, fossem suficientes para ganhar a mão. Eu optei por fazer raise no turn por várias razões. Primeiro porque o raise no turn é consistente com a forma como joguei no flop. Representei um nove na mão com a minha aposta no flop e continuo a representa-lo com um raise no turn. Depois porque, baseado no possível range do meu adversário, sinto que tenho a melhor mão até ao turn. Por isso faço raise for value na tentativa de extrair mais dinheiro ao meu adversário enquanto estou à frente. Em terceiro porque coloco pressão no meu adversário, que assim sabe que para chegar ao showdown vai ter de despender de mais duas grandes apostas.

Por último e mais importante, porque existem inúmeras scare cards que poderiam aparecer no river. Ao fazer raise no turn com posição sobre o meu adversário, posso escolher um free showdown se achar que preciso. No river saiu uma aparente safe card que me permite fazer outra squeeze bet, levando o meu adversário a fazer call.

Repare na diferença destas duas opções. Entrar em modo passivo e apenas fazer call às apostas do meu adversário até ao showdown, faz com que ganhe duas big bets quando sair vencedor e faz-me perder duas big bets quando o adversário terminar na frente. Ao fazer raise no turn e depois decidir se quero ou não um free showdown vou perder duas big bets quando o adversário estiver à frente, mas dá-me a oportunidade de conseguir extrair uma terceira big bet quando ele acertar alguma coisa na board fazendo com que ele me pague esta última aposta.

E assim foi, eu fiz raise no turn e o meu adversário fez call. No river saiu 8, colocando três espadas na mesa e completando o mais provável draw que ele poderia ter. Ele fez check ao qual respondi rapidamente também com check. Ele mostrou 52 para flush de espadas e levou o pot. Fui um pouco infeliz nesta mão, parti para o river com uma vantagem de 3.5-to-1, mas sei que joguei de forma a maximizar o valor da minha mão. "In any poker game, that's pretty much all you can do."

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