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Estratégia Cash Game Poker – O Pequeno Top Pair

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Estratégia Cash Game Poker – O Pequeno Top Pair 0001

No vídeo abaixo podemos ver Lex 'Razsi' Veldhuis a jogar uma sessão de $1/$2 heads-up contra um jogador com o qual se cruza regularmente nestas mesas. Vamos ver Lex a jogar uma mão e a discutir um conceito importante nos limites baixos de jogos No-Limit.

Antes desta mão, já tinha jogado muitas mãos contra este jogador tendo algumas leituras sobre ele. Ele dá calls muito light e sabe que eu abro o pote muitas vezes e que por vezes jogo como um banana. Eu faço uso disso através do valuebetting e por vezes através de light calls. A stack efectiva (a menor stack dos jogadores envolvidos na mão) é de 140 bb's. Eu menciono no vídeo que quero caminhar para o valuetown, com o maior número de mãos marginais possível.

A mão jogada é K7 sem posição. Ele faz um raise standard de 3x a bb para $6 e eu dou call. O flop é 257 e acerto top pair com o segundo melhor kicker, uma mão da qual não faço intenções de desistir. Eu dou check e ele check behind. O turn touxe uma boa carta, o 3. Agora faço uma valuebet de $10 porque assumo que tenho a melhor mão até aqui. Ele pode ter feito o straight no turn com A4. Nem sequer penso que ele esteja a jogar 4-6, caso contrário, muito provavelmente, teria apostado no flop. Também pode ter feito dois pares no turn, mas ainda não vou chegar a este tipo de conclusões para já. Agora começa a ficar interessante.

Ele raisa para $35. Este é um dos conceitos mais importantes no jogo de Heads-Up nos dias de hoje. Os jogadores fazem check behind de mãos com as quais não querem levar check-raise no flop. Você pode pensar que ele tem um 7 fraco ou um 5, neste caso talvez com um 4 ou 6 como kicker, caso contrário ele não faria explodir o pote no turn. O que se passa é que ele fez check behind no flop e raise no turn, com um 7 por exemplo. Ele faz isto para me obrigar a pagar mais pelo meu draw de espadas, o meu 4 ou um par com straight draw. Ao fazer isto ele assume agora a iniciativa na mão, o que significa que vamos fazer check na maior parte dos rivers ficando ele com a opção final, onde pode optar pelo check behind. Ao fazer raise no turn ele pode depois controlar o pote no river e adicionalmente faz com que eu pague mais pelos meus draws.

Esta é uma linha muito lucrativa a adoptar, especialmente contra um oponente que muitas vezes vai apostar na sua frente no turn. Vai conseguir ganhar uma aposta extra no caso do seu adversário não ter nada e será pago muito mais vezes contra mãos fracas, porque actualmente a sua linha de apostas parece um pouco estranha. Se não acertou no flop, porque razão faz raise no turn? Você vai, muitas vezes, ver jogadores a darem call com second pair ou qualquer coisa do género, pois vão assumir que está a tentar fazer bluff.

{banner}Agora que já sabemos disso, ou pelo menos pensamos sobre isso, você vai ver que podemos dar a volta a esta situação. Podemos recuperar a iniciativa na mão, uma vez que o call não é a nossa única opção. Este é um bom spot para uma 3-bet no turn. Neste exemplo em particular não achei boa ideia devido ao tamanho das stacks. Estamos ambos um pouco mais deep do que o habitual e não acho que estaria a colocar a minha stack no meio da mesa com a melhor mão. Ele poderia foldar um eventual 7 fraco. Eu também poderia representar um draw falhado no river, depois de ter feito o flatcall no turn. A única desvantagem é que estou a dar-lhe uma carta de borla no caso dele ter feito re-raise com um draw. Como até agora ele estava a jogar de forma muito imprevisível, decidi dar-lhe uma carta de borla na esperança que ele disparasse outra vez no river.

No river saiu a Q e eu dei check para depois fazer call a uma aposta dele, mas ele também checkou. Assim que ele virou Q4, quase cai da cadeira. Definitivamente esperava uma valuebet aqui. Se os papéis se invertessem e eu acertasse a minha dama no river, pensaria logo "Porreiro, desta ele não estava à espera". Ele fez basicamente o que discutimos no início deste artigo, só que ele estava num draw. Tenho que dizer, que mesmo assim fiquei feliz pela forma como se desenrolou a mão, principalmente tendo em conta o tamanho das nossas stacks.

Tenha em mente que se estivéssemos a jogar com stacks de $200, certamente que teria feito o push hall-in no turn a fim de contrariar o seu semi-bluff ou a possibilidade de check-behind no river com uma mão fraca. Esta mão é um bom exemplo de um dos mais importantes conceitos nos dias de hoje, especialmente no turn. Por isso tem que ter muita atenção para perceber com antecedência em que tipo de situação está, em vez de apenas se aperceber quando já for tarde de mais. A vantagem em analisar uma mão como esta é que vai melhorar a sua análise psicológica em diferentes situações. Pode, por exemplo, fazer uma aposta mais forte no turn, ou fazer slowplay e representar um draw para depois apostar primeiro no river. Existem MUITAS linhas possíveis nesta situação e lembre-se que nem sempre precisa de apostar para ter a iniciativa.

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