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Estratégia de Poker: Manter Controlo do Pot em Hold'em – Parte2

Estratégia de Poker: Manter Controlo do Pot em Hold'em – Parte2 0001

No último artigo debrucei-me em situações do Holdem em que é correcto fazer check no turn, mesmo sabendo que provavelmente temos a melhor mão. O check serve principalmente para prevenir do perigo do nosso adversário ter uma mão forte e faz parte do processo de controlarmos o tamanho do pot em torneios NL.

Vamos agora avançar com esta ideia, e observar uma situação onde um check parece ser menos convencional. Vamos analisar um exemplo:

Exemplo #1

Fazemos raise KK antes do flop, e a Big Blind dá call. O flop vem QQJ, o adversário dá call de uma aposta forte nossa. O turn é uma carta inofensiva 3, e o nosso adversário dá check outra vez.

Qual a melhor opção?

Um check aqui parece menos convencional do que antes. Não só pelo facto que provavelmente estamos na frente, mas também porque poderemos estar a perder valor, mas o nosso adversário pode ter uma das várias mãos que o colocam em draw. É assim tão grave dar-lhe uma carta de "borla"? A situação não é tão clara como antes, mas há definitivamente bons argumentos que dizem que o check é correcto.

Uma dessas situações é se enfrentarmos um adversário capaz de nos fazer um bluff no river, se falhou o draw. O valor que se perder em não apostar no turn é recompensado ao dar call ao bluff dele no river.

Vamos ilustrar o porquê de dar check no turn é uma boa ideia, analisando as diferentes situações, e ver como nos afecta em termos de valor.

Estamos batidos pelo nosso adversário com trio de Damas ou melhor

Tal como antes, estamos preocupados em levar um check/raise no turn se apostarmos. Existe um risco de estarmos a cometer um erro ao largarmos a mão, já que o nosso adversário pode ter decidido jogar uma grande mão em draw (ex: 109 para cor e sequencia) num movimento muito forte de esperar pelo turn para fazer a sua jogada. Isto coloca-nos numa situação muito desconfortável e pode resultar num mau call e o nosso adversário virar um trio de damas.

O nosso check no turn significa que iremos pagar uma aposta no river, mas o prejuízo vai ser mais limitado. No entanto, existe um grupo de cenários nos quais beneficiamos desta situação. Se no river vier uma carta perigosa que possa completar algum dos draws (por exemplo o A, 8 ou 9) e o nosso adversário faz uma aposta perto do valor do pot, podemos ter quase a certeza que os nossos Reis estão batidos, seja por trio de Damas, seja porque o nosso adversário completou o draw. É muito importante pensar neste tipo de cenários, porque ao controlarmos o valor do pot, permite-nos escapar deste tipo de situações no fim.

O problema das "free cards" é muito importante, mas eu penso que alguns jogadores exageram sobre este assunto. Quando comparamos os méritos de apostar ou checkar o turn é importante relembrar uma coisa. Se apostarmos, provavelmente não conseguiremos apostar o suficiente para tirarmos o nosso adversário do draw. Por isso, é errado pensar que todas as vezes que apostamos vamos ganhar a mão. Há alguns cenários onde o nosso adversário dá call e completa o draw, e o dinheiro que foi para o pot saiu da nossa stack. Claro que se soubéssemos que o nosso adversário estava em draw, seria errado dar uma "free card", mas a realidade é que o facto de apostarmos não é assim tão lucrativo como podemos pensar, porque o factor combinado de podermos estar atrás, faz com que o check seja EV+.

O nosso adversário não está em draw e a nossa mão é melhor

Este cenário provavelmente significa que o nosso adversário terá um J ou um par menor, e é um dos argumentos pelos quais as pessoas optam por apostar. No entanto, um par menor numa board destas não é uma grande mão, e a maior parte dos jogadores largariam a mão no turn, negando-nos qualquer valor da sua mão. Definitivamente poucos jogadores, dariam call no turn e river só com um J. Mas a situação pode mudar se fizermos check no turn, já que se vier uma "blank" no river o nosso adversário dificilmente largará a mão. A razão é que nós criámos um falso cenário da nossa mão, e levámos o adversário a pensar que nós estávamos num draw e estamos a tentar um bluff no fim.

O nosso adversário está em draw no flop

Existem muitos draws possíveis KT ou T9 para sequência, quaisquer dois ouros para côr. Se o nosso adversário tiver 109, ele tem 14 outs, ou seja, no turn tem 32% das cartas que restam no baralho. Isto significa que o nosso EV- pelo check é de apenas -18% (50% draw é EV neutro), e por isso não é desastroso não apostar.

O factor crucial é que neste e nos outros cenários, podemos recuperar valor no river caso o nosso adversário falhe a mão. Uma vez que fizemos check no turn, muitos adversários vão erradamente pensar que estamos fracos, e vão tentar ganhar a mão com um bluff. Adversários com draws falhados normalmente fazem grandes bluffs, e por isso pode-se ganhar muito. Efectivamente acabamos por trocar uma aposta grande que vai ser chamada no turn por um adversário em draw, por outra aposta grande de um adversário que já não tem hipótese de ganhar a mão.

Claro que temos o problema de algumas cartas completarem a cor e outras sequência. Como a aposta no flop foi suficientemente grande, e a board estava dobrada, devemos assumir que o nosso adversário não tem só um projecto de sequência. Por isso, se no river vier um 9 que não seja de ouros, provavelmente é correcto dar call. Temos boas esperanças que o nosso adversário irá virar um projecto de cor falhado.

Desenvolver esta estratégia

A estratégia de fazer estes checks conservadores é definitivamente bastante sensível, e importante de pôr em prática. No entanto, á medida que o nosso jogo vai evoluindo, devemos jogar um estilo variado, onde algumas vezes jogamos a mão de forma forte no turn. Por fim, devemos ter uma boa leitura do nosso adversário no flop de forma a colocá-lo numa mão quando o turn é dado.

Se tivermos uma boa leitura do nosso adversário e o colocamos num draw, então é correcto apostar forte no turn, e negar-lhe as odds para dar call.

No entanto, lembre-se que, no poker, uma boa opção não é necessariamente a melhor opção. Considere o cenário onde acha que o seu adversário poderá tentar um bluff no river se falhar o draw. Uma de duas coisas irão acontecer. Ou uma carta do draw vai aparecer e vai ser capaz de escapar, ou no river é uma "blank" e vai conseguir apanhar um bluff. Este dinheiro com pouco risco no fim é mais favorável do que fazer uma aposta forte no turn que o seu adversário poderá chamar, com uma boa chance de acertar o draw, e por isso, a boa opção de apostar no turn pode ficar batida pela melhor opção do check.

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