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Entrevista com Tom Schneider – Jogador do Ano das WSOP 2007 – Parte II

Entrevista com Tom Schneider – Jogador do Ano das WSOP 2007 – Parte II 0001

Na 1ª parte da entrevista, Schneider falou detalhadamente sobre a vitória num evento e a sua primeira bracelete. Na conclusão de hoje, ele partilha as suas ideias sobre a sua 2ª bracelete, lutando com Jeffrey Lisandro para o título de Jogador do Ano do WSOP deste ano e mais.

PN: Vamos então para a 2ª bracelete. Stud-8 outra vez! Como foi este evento diferente do outro evento misturado que tinhas ganho anteriormente? Tinhas estado a jogar há semanas.

TS: Pois. Para já, tinha uma perspectiva diferente em conseguir chegar à final table e conseguir vencer. Foi outro torneio onde durante o torneio cheguei a ter apenas uma Big Blind. Por isso estive 3 vezes muito curto. E mantive a mesma atitude, que foi, "não vou deixá-los livrarem-se de mim facilmente. Vai ser difícil para eles tirarem as últimas fichas."

E fui-me aguentando e aguentando e finalmente consegui ganhar alguns pots seguidos no fim do dia 2. E acabei por chegar à final table com a liderança, o que mostra como foi o torneio.

PN: Pareceu ser uma final table mais fácil em relação à competição e ao nível de jogo. Scotty Nguyen estava lá; Tony Ma estava lá, embora estivesse curto. Tinhas a liderança quando chegaste lá. Como te sentias?

TS: Bem, não estava tão confiante em relação às fichas que tinha comparando à outra final table, mas estava extremamente confiante pelo facto de estar a jogar o meu melhor em Stud-8. E sentia-me melhor porque havia 4 ou 5 jogadores na final table que nunca tinha visto antes. Só por alguém não ser famoso não significa que não saibam jogar, mas significa que tinham de ficar famosos, muito provavelmente por algo de bom que fizessem no poker. Nunca tinha visto estas pessoas. Sem ser Scotty Nguyen e Tony Ma, acho que eram os únicos que conhecia na final table.

PN: O heads-up demorou bastante. 3 Horas e meia, só de heads-up, sem intervalo. Praticamente com as mesmas fichas chegando a heads-up. Hoyt Verner ficou em 6º neste torneio no ano passado. O que é que estavas a pensar?

TS: Achei que ele jogou bastante tight quando estava a mesa cheia e que abriu mais o seu jogo quando ficou com menos jogadores, e surpreendeu-me. Por isso achei que tinha de mudar de estratégia com ele, porque ia tentar fazer o mesmo que no outro torneio que era atropelá-lo. Mas era difícil de fazer isso com ele! Ele jogava imensas mãos e jogava muito agressivo, por isso resolvi acalmar-me e jogar mãos mais sólidas contra ele. Por isso ele já levava uma liderança considerável e parecia que não ia ganhar e disse "tenho de mudar de estratégia", e de repente foi o que fiz, comecei a apanhar algumas mãos.

Depois, já perto do fim, o que ajudou imenso foi o facto de estar lá a minha mulher e muitos amigos, e acho que ele não tinha ninguém a apoiá-lo. E até parece esquisito isso ser importante no poker, mas quando tu só ganhas as antes e está tudo a fazer barulho a apoiar e cada vez que ele ganhava um pot grande, parecia que ninguém se importava, é um pouco desmoralizante.

E quando ganhei vários pots seguidos, e todos me apoiavam em todas as mãos – já perto do fim parecia que ele tinha desistido ou então tinha parado de dar o seu melhor. Mas na última mão ele fez raise quando sabia que era quase impossível fazer fold. Ele estava num draw para low e com um gutshot. Ele fez raise e parecia que ele queria dizer qualquer coisa do tipo "ou vou para a rua ou ganho algumas fichas". E não era a altura certa para ele estar a fazer raise.

PN: Era quase uma vantagem de estares a jogar em casa, esse tipo de coisa.

TS: Sim, acho que sim! Acho que é isso. E é esquisito, como disse, no poker isso não devia de importar. Sempre achei que se não tivesse ninguém lá, não importaria, continuaria a jogar da mesma maneira, mas acho que se estiveres a perder e alguém estiver a puxar por mim, acho que tenho uma vantagem psicológica.

PN: Por essa altura ainda haviam jogadores a lutar pelo Jogador do Ano. Jeffrey Lisandro ainda era um potencial vencedor. Estavas a pensar no Jogador do Ano nessa altura?

TS: Comecei a pensar nisso desde que tinha ficado em 4º porque quando acabei em 4º ainda era relativamente cedo e eu era o líder do Jogador do Ano nessa altura. E depois alguns jogadores ultrapassaram-me, sendo Jeff Lisandro um deles, Rob Mizrachi e também Phil Hellmuth penso eu, e começava a descer na lista.

Depois, quando ganhei aquele torneio, apenas alguns jogadores tinham a oportunidade de ganhar porque já era tarde. Só alguns jogadores tinham hipótese de me ultrapassar. E foi interessante porque tanto eu como o Jeffrey Lisandro aguentamo-nos e quase chegamos ao dinheiro no Deuce-to-Seven No Limit, que é um torneio divertido. Até fiz uma aposta com ele, se eu ganhasse o Jogador do Ano pagava-lhe $5,000, e se ele ganhasse, ele dava-me $11,000. Assim caso não ganhasse sentia-me um pouco melhor porque tinha ganho $11,000.

PN: Um pouco!

TS: Exactamente!

PN: Ainda não gostas de Stud-8 ou já tens outra opinião sobre o jogo?

TS: Bem, acho que é um jogo que se jogares contra jogadores que conhecem o jogo, não é muito divertido. Mas se tiveres a jogar contra pessoas que não conhecem muito bem o jogo, então é um jogo muito bom, mas mesmo assim ainda é um jogo aborrecido, porque não é um jogo com muita criatividade. Gosto de jogos com mais criatividade e Stud-8 é um jogo sem criatividade nenhuma. A única parte do jogo que gosto é de por as pessoas em mãos e empurrar outras fora das mãos, mas gosto mais um pouco do que gostava, mas ainda acho que é um jogo lento, na minha perspectiva.

PN: O que consideras um dos teus melhores jogos de poker?

TS: Deuce-To-Seven Triple Draw, Badugi e Pot-Limit Omaha. São os meus melhores jogos em ring. Todos são razoáveis em Hold'em. Acho que até sou um bom jogador em Hold'em – fiquei em 2º na minha primeira final table num shootout e cheguei à final table no ano seguinte. Sou um jogador decente em Limit Hold'em e sou também um jogador decente em No Limit Hold'em, mas todos são – eu gosto de ser bom em jogos que outras pessoas não jogam tanto, onde tenho uma ligeira vantagem.

PN: Pois, quantas pessoas jogam bem Deuce-To-Seven? Provavelmente uma mão cheia deles.

TS: Exacto. De classe mundial, talvez entre 5 a 10. E em No-Limit Hold'em? Não sei, talvez entre 500 a 1000.

PN: Vamos falar sobre o seu livro, 'Oops! Ganhei muito dinheiro!' Sobre o quê que fala o livro?

TS: O livro não é um livro de estratégia. É mais sobre lições de vida. É sobre experiências em negócio, poker e na vida, e sobre o que aprendi com isso e como eles podem se juntar e criar uma grande lição. Tem 61 capítulos de histórias curtas envolvendo poker e negócio, e como elas interagem. Eu faço um resumo no fim do livro dizendo o que aprendi com cada uma das histórias. E tento explicar numa maneira criativa e engraçada em vez de A+B=C.

PN: O 72 na capa tem algum significado?

TS: Tem. O significado é que é a pior mão de poker e estou sentado com este dinheiro todo, e o que está a dizer é, "Não precisas de ter a melhor mão para teres sucesso no que fazes na vida". Todos põem AA ou AK na capa, mas a minha maneira de pensar é que não jogo só as melhores mãos, jogo as mãos que me vêm e faço o melhor que sei.

PN: Como te envolveste com Pokerati, um site que parecia dirigido para jogadores de Texas, mas tu és de Phoenix?

TS: É engraçado – eu fui para Dallas para fazer um discurso sobre o meu livro para algumas pessoas de negócio. Na bancada estavam duas pessoas. Uma delas era um homem chamado Karridy Askenasy. Quando fui para Texas promover o livro, disseram-me, "Olha está ali um homem que vai organizar um torneio enquanto estás lá, e ele é supostamente alguém a conhecer no poker em Texas". E então fui promover o meu livro, mas na noite anterior tinham esse tal torneio em qual joguei e ganhei. E Dan Michalski, que dirige Pokerati, foi quem organizou o torneio. Por isso passei a conhecer o Dan quando ganhei este torneio. E foi engraçado, senti mais pressão porque senti que tinha de me correr bem. Cá estou eu, escritor de poker, tenho de fazer melhor do que estes idiotas de Texas – não que sejam idiotas; eu sei o que estão a pensar.

E então foi o que fiz, e fiz o meu discurso, e o homem que ficou em 2º veio ao meu discurso. Ele queria ouvir o meu discurso, queria ouvir o que eu tinha para dizer, e depois ele disse, "hey, estou a pensar em fazer um programa na rádio, queres fazer comigo?" Então começamos "Beyond the table", e então queríamos alguém que fizesse alguns torneios de poker e que nos mantivesse informados, e então perguntamos ao Dan da pokerati que se juntasse a nós no programa de rádio. E foi assim que acabamos os 3 num programa de rádio juntos. E o Dan disse, " se alguma vez quiseres publicar algum artigo na pokerati, adoraria que o fizesses". E acho que Dan também estava interessado em tornar a pokerati uma coisa para poker no geral e não só sobre o que se passa no poker em Texas.

PN: De que trata Beyond The Table? É um programa de rádio?

TS: É um programa sobre poker, mas não falamos sobre estratégia de poker. Temos entrevistas falsas com jogadores famosos onde gozamos um pouco com eles. É suposto ser um programa divertido com o poker como o cabeçalho mas não nos sentamos a dizer:"Como jogarias o teu AK, blah blah blah". Não fazemos nada disso. Já existem muitos programas que fazem isso. Falamos de poker de uma maneira engraçada. É tudo para as pessoas rirem e se divertirem com poker.

PN: O que vem a seguir para ti que esteja relacionado com poker?

TS: Estou a tirar umas férias, e tenho intenções de estar em vários Circuit events do WSOP. Provavelmente jogarei alguns torneios do WPT, mas estou a tirar férias do poker. Joguei durante 2 meses – provavelmente 15 a 17 horas por dia. Acreditem ou não, em certa altura adorava dizer isso, e provavelmente voltaria atrás para mais, mas agora estou mais velho e só quero ter um intervalo de poker e jogar algum golfe. Mas estarei de volta para jogar alguns torneios de WPT e alguns torneios de circuito das WSOP.

Nota Ed: Vá treinando na TITAN POKER para poder marcar presença nas WSOP do próximo ano!

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