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Entrevista com Tom Schneider – Jogador do Ano das WSOP 2007 – Parte I

Entrevista com Tom Schneider – Jogador do Ano das WSOP 2007 – Parte I 0001

Schneider fez a sua primeira aparição no mundo do poker quando fez a mesa final no WPT World Poker Challenge em Reno no passado mês de Março de 2006, onde terminou na terceira posição. Schneider é também conhecido pelos seus posts no site regional Pokerati.com, como co-autor de "Beyond the Table" o livro da sua vida e poker, "Oops! I Won Too Much Money!", e a sua participação em high-stakes cash-game.

Mesmo assim, Schneider não era um nome muito conhecido quando começaram as 2007 World Séries of Poker. Tudo isto mudou quando ganhou a bracelete do Event #5 o $2,500 Omaha-8/Stud-8 mixed event. Esta foi a primeira bracelete nas WSOP de Schneider, mas não se ficaria por aqui. Schneider chegou à mesa final do $2,500 HORSE apenas seis dais depois, levando-o ao topo da classificação de jogador do ano nas WSOP.

Mas o melhor ainda estava para vir. 18 dias depois, Schneider ganhou a segunda bracelete no Event #46 o $1,000 stud-8. Schneider foi o único jogador a ganhar duas braceletes nas WSOP 2007, e o seu lugar no topo parecia assegurado. Mas a sua vitória só ficou assegurada quando Jeffrey Lisandro não conseguiu chegar aos lugares do dinheiro no Event 54. Agora, este nativo de Indianapolis, e residente em Phoenix, e ex oficial de contabilidade conseguiu afirmar o seu nome como Jogador do Ano das WSOP 2007.

Nesta primeira parte de duas, Schneider descreve a sua vitória no Event #5; depois fala-nos da sua presença na mesa final do torneio HORSE.

PokerNews: Com que então, Jogador do Ano das WSOP! Como se sente depois de estar uns dias afastado disto tudo?

Tom Schneider:Para lhe ser sincero, sinto-me muito bem. É bom ter algum tempo longe do poker. Passei quase dois meses em Las vegas, e vim para casa dois dias, e já estava cansado de poker. Agora começo a ver algo na televisão, que não tem nada a ver com poker nem o jogador de poker do ano, mas até é divertido ver o que andam a fazer. Não sei, é uma boa sensação. Ainda é um pouco estranho porque nunca me considerei estar dentro de um grupo de pessoas que pudessem ter a oportunidade de alcançar isto.

PN: Vamos falar sobre a primeira bracelete. Já tinhas dito há muito tempo que Stud-8 não era o teu melhor jogo – aliás, tu detestavas jogar! O que é que não gostas do jogo ao certo?

TS: O que não gosto é – eu costumo ser um 'gambler' em jogos de poker, e não costumo jogar tight, mas senti que Stud-8 era um jogo onde parece ser acertado jogar tight, e eu tenho alguns problemas em encontrar mãos para jogar no jogo. E fico meio aborrecido, e acho que é por isso que não gosto muito nem jogo muito bem. Não se joga muitas mãos, é aborrecido!

PN: Disseste que o baralho te ajudou muitas vezes. Quais alguns momentos particulares até chegar à final table?

TS: Não senti que tive muita sorte, apenas ganhei quando tinha as melhores mãos. Ganhei alguns pots por completo, e não senti que alguma vez pus o meu dinheiro dentro em má forma nem que tive sorte. Só senti que as minhas mãos aguentaram mais vezes do que normalmente aguentariam.

PN: Então sentiste que os teus adversários não tiveram sorte contra ti, não estavam a acertar.

TS: Eles não estavam a ter sorte como deviam ter de vez em quando. Houve uma mão importante – acho que no 2º dia. Estava a jogar com um jogador de Phoenix, e ele fez bluff num pot e eu fiz call com apenas um par de seis e sem nenhum low, ele apenas tinha um par de 3. Ele apostou na quinta rua, sexta rua e na sétima rua e fiz sempre call com um par de seis. Ele começou com uma carta alta a mostrar, o que muitas vezes indica – ele começou com um Valete, e indica um par de Valete ou algo assim. Mas senti que pela maneira que ele jogou, ele não tinha um par de Valetes, e fiz call até ao fim. Todos na mesa ficaram chocados. Ficaram mesmo. Começaram a perguntar, "Como é que fizeste call?" e eu apenas tinha a sensação de que ele estava a fazer bluff.

PN: O que te fez sentir que ele não tinha um Valete escondido?

TS: Ele não fez re-raise. Eu fiz raise e ele não fez re-raise. E eu fiz raise com uma carta que era mais baixa do que o Valete, e ele não apostou em certas alturas. Não me lembro ao certo, mas ele não apostou na quarta rua. Ele não apostou, e depois disparou na quinta, sexta e sétima rua, onde se ele tivesse o par de Valetes, teria apostado na quarta rua também. Apenas senti que não estava muito forte. Já tinha jogado com ele antes e ele gostava de afastar as pessoas com apostas. Ele estava mais chocado do que qualquer outra pessoa por eu ter feito call.

PN: Foi uma final table difícil – Annie Duke, John "The Razor" Phan, Chris "Jesus" Ferguson, David Benyamine. Como enfrentaste a mesa?

TS: Bem, não estava intimidado por nenhum destes jogadores. David Benyamine joga em níveis mais altos do que os meus, mas acho que mais ninguém na mesa joga níveis mais altos do que eu. Já joguei muito com o John Phan. Nunca havia jogado muito com Annie Duke nem Chris Ferguson, mas sei que são mais jogadores de torneio. Não me assustavam. Não estava com medo que jogassem melhor do que eu. Estava apenas à espera que as cartas continuassem a ser boas para mim porque tinha uma liderança enorme nas fichas.

PN: Tu tinhas 989,000 contra os 679,000 de Edmond Tonnellier quando começaram o heads-up. Só jogaram cerca de 50 minutos até irem para o intervalo de jantar. Em que é que pensaste durante o intervalo do jantar?

TS: Eu queria começar a jogar muito agressivo, principalmente quando chegasse a Stud-8. Por isso, voltei do jantar e ganhei a primeira mão, tive sorte na primeira mão e a partir daí disse a mim mesmo "não vou deixá-lo – vou atropelá-lo o mais que puder", porque pensava que em limit heads-up joga-se muitas mãos. Não se pode esperar por mãos para então jogar. As cartas foram novamente boas para mim. Na parte de Stud-8 que veio muito rapidamente, acho eu, continuei a tirá-lo de pots com apostas e ele começava a ter que fazer fold porque estava curto em fichas e não lhe vinha uma mão decente.

PN: O que aconteceu nos 40 minutos de jogo quando voltaste?

TS: O que aconteceu foi que muito rapidamente ele ficou apenas com 3 ou 4 fichas. Mas como estávamos a jogar jogos em que se dividem pots, ele durou muito mais tempo, porque ou ele ganhava metade do pot ou o pot inteiro. Esses jogos demoram muito mais do que Hold'em, por isso a final table demorou bastante. Ele tinha 3,000 acho eu e eu tinha mais de um milhão. Até é engraçado, ele queria que acabasse rapidamente acho eu.

PN: Depois de esse evento, achaste que tinha acabado por ali ou achaste que podias causar mais estragos nas wsop?

TS: Bem, antes de eu ir para as WSOP este ano – em anos anteriores joguei entre 5 a 8 torneios, e este último ano disse à minha mulher, "Vou arriscar nestas WSOP e tentar ganhar o Jogador do Ano, e o meu objectivo é chegar a 3 final tables, e não vou jogar ring". Ela disse ok, e era um objectivo muito difícil porque nunca tinha ganho sequer uma bracelete antes disto.

Senti que tive sorte, senti que joguei o meu melhor poker de sempre, e estava mais concentrado do que nunca. Parte disto pode ter sido porque tinha um objectivo. Por isso não sei – tive alguma sorte, e não sei se alguma vez vou ganhar outra bracelete. Foi um excelente ano!

PN: Vamos falar da tua 2ª final table, o $2,500 Horse. O que aconteceu aí?

TS: Esse é um dos torneios onde digo às pessoas para não desistirem e tantas pessoas em torneios de poker, chegam a um certo nível de fichas e dizem alto "não quero chegar ao intervalo com tão poucas fichas". E eu mudei a minha atitude por completo este ano para, "Espero chegar ao intervalo com estas poucas fichas".

Nesse torneio estive short-stacked quase sempre. Cheguei à final table com 20,500 quando estávamos a jogar 8,000/16,000. Eu devia de sair em 8º. O próximo short-stack tinha talvez 5 vezes mais do que eu, mas disse " vou continuar a ser paciente e não vou fazer nenhuma asneira", e acho que em determinado ponto era o chipleader ou muito perto disso, e depois disso não consegui apanhar uma mão durante muito tempo.

Foi uma final table dura. Alguns dos que estavam na final table comigo não chegam nem perto do reconhecimento de nomes como Annie Duke e Chris Ferguson, mas jogam tão bem quanto eles. Chris Bjorin fez vários cashes nas WSOP. Ali Eslami, que é um excelente jogador de ring. E também, Robert Mizrachi. Eu não ganhei esse torneio, por isso não falam nessa final table, mas tinha tanto talento quanto a outra penso eu – não digo que essas pessoas não tinham talento, mas são menos reconhecidas que os outros jogadores.

PN: E claro, Robert venceu depois o torneio de $10,000 Pot Limit Omaha.

TS: Exactamente.

Na Segunda parte desta longa entrevista com o jogador do ano das WSOP 2007, Tom Schneider vai-nos contar sobre a sua segunda bracelete, a sua batalha com Jeff Lisandro para as honras de Jogador do Ano, e outras coisas relacionadas com o poker na sua vida.

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