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WSOP – Como É Que Ele Fez Aquilo?

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Então como é que o Jamie Gold conseguiu? Como é que ele conseguiu ficar à frente de 8,772 jogadores, eliminando 7 dos últimos 8, incluindo o jogador do ano das WSOP de 2005, o Allen Cunningham?

Mesmo para um observador de poker casual, era óbvio ver o que o Jamie estava a fazer e o que iria continuar a fazer até que alguém o forçasse a mudar de estratégia. O Gold começou o dia com uma enorme quantidade de fichas e tentou ganhar todos os pots que conseguisse. Ele apostou mais que ninguém, jogou mais mãos que ninguém, e consequentemente induziu os outros jogadores a fazer fold mais que ninguém, coleccionando fichas a uma velocidade impressionante. Quando jogava um pot, os seus adversários já sabiam que ele iria apostar no flop para tentar ficar já ali com as fichas – mas ninguém conseguia contrariá-lo.

E os outros jogadores raramente jogavam contra o Jamie, e quando o faziam, viriam a descobrir que o Jamie tinha mãos muito fortes. Por duas vezes os jogadores fizeram re-raise ao já habitual raise do Jamie no perflop com par de QQ. Numa vez o Jamie tinha KK e ainda viu os outros dois KK na mesa! De cada vez que um seu opositor ia all-inn com uma mão decente, o Jamie ou fazia fold ou então ganhava com uma mão melhor.

A estratégia era fazer uma armadilha a ver se o Jamie lá caía. Contudo a armadilha não surtiu efeito, uma vez que o Jamie saia quando tinha a pior mão, ou ganhava com uma mão ainda melhor que os seus adversários.

O Doug Kim, que acabou em 7º, explicou que "Ele tem muitas fichas e pode forçar-me, por isso a minha estratégia era fazer uma armadilha quando tivesse uma boa mão. Não consegui fazê-lo, e quando apanhei QQ ele fez fold."

A maioria dos jogadores que ganham grandes torneios precisam de ter sorte em algum momento, ou evitar que os seus adversários apanhem uma carta milagrosa no river. O Gold dominou a mesa final de tal maneira que nem teve de arriscar metade das suas fichas uma vez que fosse. Ele esteve a acumular fichas o dia todo, e quando chegou ao heads-up, o Paul Wasicka nem teve tempo para respirar.

Quando terminou o torneio, muitos perguntaram o que teria acontecido ao Allen Cunningham? Antes da primeira mão da mesa final ter sido dada, os peritos previram que o heads-up seria entre o Jamie e o Cunningham, respectivamente o líder e o 2º classificado em fichas até ao momento. Mas as rodas caíram do carro do Cunningham, que teve algum azar e perdeu umas mãos chave.

No confronto directo entre o Cunningham e o Gold, não se vislumbrou um vencedor. A meio da mesa final, o Cunningham fez um call só com A-9, com A como carta mais alta, após o Jamie ter feito um tremendo bluff, parecendo ter descoberto ai a maneira de dar a volta ao resultado. Contudo o Cunningham perdeu alguns grandes pots quando jogou a moeda ao ar. Quando só restavam 4 jogadores, o Cunningham apanhou 10-10 e foi all-inn contra o K-J do mesmo naipe do Jamie. Um K no flop ditou o afastamento do Cunnigham em 4º lugar.

Sem o Cunningham na mesa, não demorou muito até que o Jamie eliminasse os outros dois jogadores. Na que será com certeza a mão mais discutida dos próximos 12 meses, o Jamie teve a oportunidade de eliminar os outros dois jogadores de uma cajadada só.

O Paul Wasicka e o Michael Binger eram os dois jogadores que poderiam fazer face ao Jamie, e os três acabariam por ver um flop que já tinha sido raisado no preflop. O flop com 10c-6s-5s viu o Wasicka fazer check, o Binger a apostar forte e o Jamie a ir all-inn. O Wasicka que poderia ter triplicado as suas fichas, pensou por uns instantes e dizia que "Isto é doentio". Ele finalmente fez fold e revelou mais tarde que tinha 7s-8s para uma possível sequência e cor, enquanto que o Binger mostrou o par mais alto com o kicker mais alto e o Jamie tinha o final da possível sequência. O Gold completou a sequência no turn, enquanto o Wasicka teria ganho no river com cor, caso tivesse ido a jogo até ao final. O que acabou por acontecer foi que o Binger foi eliminado e o Wasicka ficou com muito poucas fichas para poder enfrentar o Jamie Gold. O Wasicka já deve ter as orelhas a arder por ter feito fold a esta mão, e com certeza ainda ficará mais daqui para a frente.

É verdade que o Jamie Gold teve sorte num sem número de cartas nos últimos dias do torneio. O 5º classificado, o Rhett Butler, chamou a isto a mais impressionante sequência de boas cartas que tem memória nos últimos 20 anos que já leva de poker, enquanto o 3º classificado, o Michael Binger só disse ter sido "incrível". Contudo, os restantes jogadores deram crédito ao Jamie e cumprimentaram-no pelo seu excelente jogo.

O Rhett Butler fez eco dos sentimentos de muitos jogadores na mesa final, dizendo que, "As pessoas vêm-no como difícil de ler, mas não é um bom jogador de cartas. Ele recebe cartas – e nunca vi uma sequência tão boa – e força as pessoas a fazerem jogadas."

Será interessante ver se o Jamie Gold será um Campeão do Mundo respeitado e querido. Quando a ESPN transmitir a mesa final, muitas pessoas, que ficaram tristes de não poderem ver o Cunningham em hedas-up, dirão que o Jamie teve imensa sorte. Contudo, como alguém que viu o torneio do princípio ao fim, a cobertura televisiva editará o que resume a mioria do torneio – o Jamie Gold a assustar os seus adversários com a sua enorme quantidade de fichas. Existe uma razão para que o Johnny Chan tenha escolhido o Gold como aluno, ele sabe um pouco como jogar poker e é extremamente eficaz quando detém muitas fichas, embora tenha tomado algumas decisões questionáveis. O 3º classificado chamou o Jamie de "Aspirador – ele sugou todos os pots que ninguém queria."

O Gold irá ficar sob escrutínio durante os próximos 12 meses para assim provar que os $12 milhões ganhos e a bracelete de ouro não foram só sorte. Quando lhe perguntaram se iria defender o troféu no próximo ano, ele só respondeu que "só cá não estarei se estiver num hospital. Estou ansioso por voltar a jogar este torneio."

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