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Por Dentro da Estratégia dos Sit & Go

Por Dentro da Estratégia dos Sit & Go 0001

Continuando a nossa revisão pelos vários trabalhos que eu recomendo e acho que podem ser úteis a jogadores profissionais, apresento o Sit´n go Strategy de Colin Moshman ( Two Plus Two Publishing, Las Vegas, Nevada, 2007).

Obviamente, não precisa ser profissional para aprender em áreas do poker que lhe interesse, afinal de contas, quem é que quer ser perdedor em alguma vertente?

Acredito mesmo, que até um jogador social irá desfrutar mais das suas noites de poker se estiver a ganhar, e aprender como o fazer, merece as horas que poderá demorar a ler um destes livros. A razão porque falei de profissionais especificamente é porque acredito que um jogador profissional consegue ajustar-se a qualquer jogo em qualquer altura – e seguidamente, ser capaz de se sentar em qualquer jogo confortavelmente. Claro que há algo a dizer a quem se especializou numa vertente do jogo, mas sempre chega o momento onde a sua especialidade não é o melhor jogo para si por múltiplas razões.

Eu vou ignorar os erros de impressão que periodicamente aparecem neste livro… assim como nas primeiras edições da maioria dos livros.

Sit&Goês são muito populares online, por isso é o que a maior parte deste artigo e do livro vai examinar. São também jogados em torneios e em alguns clubes de cartas. A diferença do formato normal, onde 3 jogadores ficam nos prémios, com o "O 1º ganha tudo" é mencionado num capítulo, mas não é assunto central no livro. As possibilidades de ser um satélite também são mencionadas, mas não serão comentadas detalhadamente neste artigo.

As coisas que mais me agradam neste livro são: é explicada a forma correcta de jogar sit&goes; contrasta com outras formas de jogar NL Holdem; menciona a estrutura "o 1º ganha tudo"; menciona que o modelo computorizado é usado; menciona que o tracking é recomendado; e são dados os exemplos específicos para quase todas as situações.

Agora o que não me agrada, ou no que eu não concordo são basicamente a mesma lista. (Vamos retirar alguns exemplos específicos da lista, porque os acho maravilhosos, assim como que positivos – além de acrescentarem um elemento interactivo!) O que quero dizer quando faço esta polémica frase? Vamos ser específicos: No que eu mais discordo é no uso do modelo computorizado. O computador é um instrumento fabuloso e uma grande ajuda de como jogar correctamente. Como Gurdjieff uma vez disse sobre a mente, "É um maravilhoso empregado… mas um patrão miserável". Dito isto, uma simulação do computador é apenas um estudo matemático da forma correcta de jogar. Ao ensinar alguém teremos sempre o problema de como apresentar todas as variáveis que ajuda a tomar a decisão correcta na mesa, de forma a que naquele momento esteja a jogar o seu melhor jogo. É por isso que tem de se passar horas numa mesa de poker, assim como leitura e estudo. Alguns jogadores possuem um entendimento "institucional" e a habilidade para tomar as decisões correctas na altura correcta. Alguns parecem ser "sortudos" durante algum período de tempo. Aqui procuramos ir além da flutuação estatística e cortar na busca.

Personalidades, posição, tamanhos das stacks estão presentes na maioria dos exemplos e para um profissional isso é essencial. Para lá do conhecimento, tem de se sentar numa cadeira e prestar muita atenção ao que se está a passar – Jogador B usualmente TAG (Tight-AGressive) mas agora ele está fulo com o mundo e a beber… de repente ele começa a ir all in em todas as oportunidades!

Todas as perguntas levam a mais questões e esta não é excepção. Prefere estar a jogar online 12 mesas ao mesmo tempo com um retorno de $5/h em cada uma, ou jogar 6 mesas com uma rentabilidade esperada de $9/h? Parte desta decisão tem a ver com personalidade, de certeza. Valerá a pena jogar um jogo mais stressante de mais jogos quando comparado com um aumento do $/h esperado? Você decidirá por si mesmo que caminho pretende seguir, mas de certeza que quando joga mais mesas a sua habilidade baixa.

Na semana passada estava jogar um torneio online, quando um jogador decide ir all in em posição media, durante a primeira mão por 3000 fichas com as blinds em 10/20! Por si só o movimento já é mau o suficiente, mas a sua mão era 5-10o! Tudo fez fold até á BB que tinha uma mão – AA! Talvez o T-5 tivesse algum sitio para ir, talvez a sua esposa estivesse a puxá-lo – mas em qualquer caso, independentemente da desculpa, para quê que entrou ele no torneio? Eu divido que o seu propósito fosse provar o quão horríveis são as suas decisões, ou que o dinheiro não era problema, mas, quem sabe.

Eu encontro notas muito úteis, mas nunca lhes dou muito valor. O que quero dizer é, apesar de alguém jogar uma mão de forma horrível, não quer dizer que seja mau jogador. É uma jogada, numa sessão – pode ter sido um misclick, pode ter sido a empregada a jogar – nunca sabemos tudo o que gostaríamos.

De volta ás recomendações do livro Sit'n Go Strategy. A ligação aqui é que podemos guardar resultados e guardar formas de jogar de outros jogadores, mas não deixe que esse seja o factor mais importante na forma de decidir como jogar contra esses mesmos jogadores. Pode ajudar mas também pode levá-lo a cometer erros. Quando se está num jogo com alguém, conseguiremos ver que tipo de jogador é na primeira volta. Claro que, se a sua personalidade for mudando, como a sua deverá mudar, á medida que o sit&goe avança, terá uma leitura fraca de início, mas após alguns sit&goes o mistério desaparece.

Relativamente á forma de jogar sit&goes, não concordo com alguns exemplos e uma fase do livro. Mas se estivesse a ensinar alguém a jogar, e essa pessoa não tivesse muita experiência, eu diria para usar este livro como guia, e usar o computador para ajudá-lo. Se é um jogador de sit&goes ou está interessado em jogá-los, este é um excelente livro para começar. Os exemplos dados são deliciosos para pensarmos sobre eles.

Até á próxima, joguem bem… e tenham sorte!

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