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Srij Gordon Moody Sicad 18+

Como Jogar Draws

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Jogar draws é algo que muitas pessoas têm dificuldade em fazer. Em virtude disso, decidi partilhar convosco a forma como eu jogo os meus draws.

Para começar devo referir que sou um jogador muito agressivo, e gosto de ter a iniciativa na mão. Isto é simples, fazendo call só podemos ganhar a mão, se realmente tivermos a melhor mão, se apostarmos ou se raisarmos podemos fazer com que o nosso adversário folde a sua mão e que nós ganhemos o pote (no resto do artigo vou-me referir a este fold por FE, de Fold Equity, que é a probabilidade do nosso adversário foldar a mão). Se tivesse de descrever a maneira como jogo draws, diria algo como: Ou jogo com iniciativa, ou não jogo.

Um dos maiores erros feitos pré-flop, na minha opinião, é a selecção de mãos. Uma mão como KJ pode parecer boa, mas na verdade é um fold fácil. Como as pessoas tendem a jogar muito estas mãos (não suited broadway cards), normalmente floppam um mau ou até mesmo um razoável draw (gutshot ou um open ended straigh draw) e não fazem a mínima ideia de como devem jogar esta mão de forma a que seja minimamente rentável. Como um iniciante nestas lides, você deve evitar jogar este tipo de mãos. Uma mão como 78 é muito mais fácil de jogar do que o anterior KJ, por que você sabe exactamente em que posição se encontra, e é difícil que algum outro jogador tenha algum dos seus outs ou que consiga fazer um straight maior que o seu.

E é tudo acerca do jogo pré-flop por agora. Agora vou falar do diferente tipo de draws e das diferentes maneiras de os jogar da melhor forma possível. Na minha opinião existem 3 tipos de draws, são 3 categorias de draws bastante diferentes e como tal devem ser tratadas de forma diferente.

A primeira categoria é relativamente simples; os maus draws. Estes draws incluem os gutshots (10J numa board 78X) ou os open ended straigh draw (OESD) numa board onde a hipótese de existirem straights superiores é grande (78 numa board 910X). A única coisa que deve fazer com uma mão destas é: FOLD! As hipóteses de acertar o seu draw são muito pequenas, e mesmo que o acerte pode não ter a melhor mão, na maioria das vezes parece tão óbvio que tenha acertado o seu draw que os adversários nunca irão pagar muito para o ver. Claro que existem excepções, como por exemplo quando o seu adversário faz uma aposta muito pequena e lhe dá as odds para fazer o call, ou quando o seu adversário é um donk tão grande que vai pagar de qualquer forma.

A segunda categoria de draws engloba os razoáveis e os bons, tal como os OESD ou um (nut) flushdraw. Estas são as mãos mais difíceis de jogar, pois existem vários factores que determinam a maneira como o draw deve ser jogado. O factor mais importante, estranhamente, não é tanto a sua mão mas mais o seu adversário. Não posso dizer que vou fazer sempre check-raise nos meus OESD's e apostar sempre que estiver em flushdraw. Tudo isto depende do adversário. Tal como existem 3 categorias de draws, na minha opinião também existem 3 categorias de jogador.

Contra os jogadores muito maus, normalmente jogo de forma passiva (contra a minha natureza) e faço apenas call em draw. Faço-o para manter o pote pequeno e porque este tipo de jogadores nunca foldam uma mão (top pair pode chegar para eles fazerem call a um all in). Posto isto, não tenho FE contra estes jogadores (uma das razões mais importantes para fazer bet/raise), embora seja pago de qualquer forma se acertar.

Na segunda categoria estão os jogadores que jogam de forma razoável, mas não são do tipo que nos assustam pela sua capacidade. Estes jogadores apercebem-se que: se eu apenas fizer call no flop e no turn, e no river bater o flush, que a minha aposta no river é o confirmar do draw que acertei. Contra este tipo de jogadores é importante fazer variar e combinar alguns aspectos do nosso jogo, pot control e decepção, para que o adversário não nos ponha automaticamente num draw mas ao mesmo tempo não deixar escalar o pote. Uma das técnicas que uso para fazer isto é fazer check/call no flop e apostar no turn (senão tiver posição). Esta não é a linha comum, utilizada para jogar um draw, e a maioria dos jogadores não pensará que estamos num draw, actuando desta forma. No turn a aposta deverá ser pequena, pouco mais de meio pote. No geral os adversários não conseguirão ver se a aposta representa força ou fraqueza, e apenas farão call para ver o que acontece no river. Jogando desta forma conseguimos ver um river barato, contudo não nos podemos esquecer que se porventura o nosso adversário fizer raise no turn teremos de largar a mão na maior parte das vezes. É um dos riscos que se tem de correr. Existem mais maneiras de combinar estes factores, experimente algumas delas para ver qual delas é a mais indicada para si.

A terceira e última categoria, são os bons jogadores, que respeitamos e que esperamos que nos respeitem também. Se acertar um draw contra este tipo de jogadores, vou jogar sempre de forma agressiva. Estes jogadores são capazes de foldar um toppair ou um overpair, o que nos dá mais FE, o que aumenta o EV desta linha de jogo. Estes jogadores sabem que quando apenas fazemos call a uma bet numa board drawy, o mais provável é que estejamos em draw, por isso não é o melhor a fazer. A melhor linha a seguir contra este tipo de jogador é fazer bet/call no flop, bet no turn (sem posição) ou bet/raise no flop, bet turn (com posição), de forma a mostrar o máximo de força possível. Jogando desta forma, o adversário nunca nos colocará num draw, e se por acaso o adversário tiver mesmo uma boa mão e estiver disposto a meter as fichas todas no meio da mesa (o que não acontecerá muitas vezes, se o adversário não tiver informação sobre nós), conseguiremos extrair o maior valor da nossa mão. Sem dúvida que o melhor aspecto presente nestes jogadores é a FE que nos dão. Estes jogadores são capazes de foldar muitas mãos, e é esse facto que devemos explorar. Certifique-se que não faz estes movimentos muitas vezes, e se for a showdown mude a sua linha para não se tornar previsível. Se o adversário souber como você jogou o último draw, jogue da mesma forma, mas quando tiver um monstro. Tem de fazer isto porque a sua FE decresce quando o seu adversário vê como você joga os seus draws.

E agora a última categoria de draws, os combodraws, os melhores draws que existem, por exemplo um OESD ou um gutshot com um flushdraw. Com este tipo de draws tem de tentar meter o mais rapidamente possível o maior número de fichas na mesa. Só devemos ter cuidado quando jogamos contra jogadores muito maus. Contra este tipo de jogadores, o nosso EV é maior se apenas fizermos call e só apostarmos quando finalmente acertamos o draw. Contra todos os outros jogadores, só queremos ir all in o mais rapidamente possível. A razão para isto é que o draw tem força se o nosso adversário acertar de alguma forma no flop. Se nós flopparmos um OESD+flushdraw, estamos à frente de um overpair. O mais acertado a fazer contra os jogadores da categoria 2 é: SHOVE! Estamos à frente de quase todas as mãos que o nosso adversário possa ter, por isso o movimento é +EV. Isto porque na maioria das vezes estamos numa situação de 50-50 ou melhor, e se o adversário foldar, ganhamos as fichas que já estão no pote. A razão pela qual jogo assim é porque ao chegar ao turn, as chances de ganhar a mão descem de forma drástica. Com este tipo de mãos queremos ver o turn e o river, fazendo shove no flop, só veremos o turn e o river se o pote atingir um tamanho interessante. Bons exemplos disto são potes que são re-raisados pré-flop, ou são raisados no pré-flop e existe uma c-bet no flop. Não faz sentido mandar $25 para o meio da mesa num pote de $1, visto que o dinheiro que ganhará se todos foldarem não vale o risco que teve de correr.

Agora que discutimos todos os tipos de draws, existe mais uma coisa para discutir acerca de como jogar draws; jogar draws em multiway pots. O factor essencial aqui é a força da nossa mão. Um nut flushdraw, por exemplo, é muito mais forte que um straight draw, o que estou certo que todos saberão. O que estou a tentar "provar" é que se o jogador sentado ao seu lado também estiver em draw o factor que deve ter em conta é a força do seu draw (o que contraria o que disse anteriormente). Se tivermos um draw relativamente fraco, como um flush draw sem ás ou uma das pontas de um straight draw, o que queremos é livrarmo-nos dos outros draws. Por outro lado, se tivermos um bom draw (Ax para nut flushdraw), não temos problemas de ser called por outro flushdraw. Estas são as mãos onde vamos ganhar muito sempre que acertarmos os draws. Uma das vantagens de fazer apenas call num multiway pot é o facto de que se um jogador numa posição a seguir à nossa fizer raise podemos facilmente fazer call, saindo mais barato e dando-nos odds para tal.

Resumindo: Em multiway pots raisamos os nossos draws mais fracos e fazemos call com os nossos draws mais fortes (provavelmente o contrário daquilo que esperava). Espero que este artigo tenha sido interessante e que tenha aprendido alguma coisa acerca de como jogar os seus draws. Boa sorte nas mesas!

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